Anadia/AL

9 de agosto de 2025

Anadia/AL, 9 de agosto de 2025

A resposta bilionária da Índia para as tarifas de Donald Trump

Governo Modi decide defender soberania e cancela negócio com a indústria mais poderosa dos EUA.

ABN - Alagoas Brasil Noticias

Em 8 de agosto de 2025

G.0

Narendra Modi Créditos: Kremlin.ru

Por Yuri Ferreira

A Índia vai suspender a aquisição de armamentos e aeronaves dos Estados Unidos, segundo informações de três autoridades indianas citadas pela Reuters.

Além disso, foi cancelada a visita do ministro da Defesa, Rajnath Singh, aos EUA, que estava prevista para as próximas semanas.

A viagem incluía o anúncio de novas compras de equipamentos militares.

Os valores giravam na casa de 3,6 bilhões de dólares, mais 16 bilhões de reais na cotação atual. Além disso, a venda de um sistema de rádio de 1,7 bilhão de dólares também estava previsto pelos EUA.

Uma das fontes afirmou que as aquisições podem ser retomadas após a resolução de questões como os impostos comerciais impostos por Washington e o rumo das relações bilaterais. “Simplesmente não será tão cedo quanto esperávamos”, declarou o informante.

Outro destacou que, por enquanto, não há uma ordem formal para interromper as compras, mas também não há “progressos, pelo menos por agora”, conforme relatado pela Reuters.

De olho na China

A grande maioria das importações de defesa indiana são russas e devem seguir assim após o ataque de Donald Trump. Mas com a pressão estadunidense, as relações políticas e comerciais com a China devem melhorar.

Modi confirmou presença na reunião da Organização para Cooperação de Xangai, que será realizada na cidade de Tianjin, na China, entre 31 de agosto e 1 de setembro de 2025.

É a primeira visita ao país desde 2019, após períodos tensos entre Nova Delhi e Pequim.

A relação Trump-Modi

Em um balanço estratégico similar ao do Brasil, o governo de Narendra Modi também cultivava boas relações com o Kremlin e com Washington. Mesmo com a compra do petróleo russo, durante o governo Biden, Nova Délhi entrou no Corredor IMEC, que conectaria a Índia ao Oriente Médio e à Europa, criando uma alternativa logística competitiva ao projeto da Nova Rota da Seda da China.

Em 2020, no primeiro mandato do republicano, o chefe da Casa Branca visitou a Índia no evento ‘Namastê Trump’. Modi e Trump têm governos considerados similares por analistas: ambos nutrem um forte viés religioso (no caso indiano, hindu, e cristão nos EUA), políticas neoliberais na economia e conservadoras nas chamadas pautas de costumes. Além disso, ambos são acusados de trabalhar pelo enfraquecimento das instituições democráticas nos seus respectivos países.

Em 2025, Modi fez questão de visitar Washington para discutir tarifas e foi bem recebido no Salão Oval.

De Namastê para lá e Welcome para cá, uma mudança drástica na política trumpista sobre a Rússia fez com que as relações entre Modi e Trump se enfraquecessem.

Após o fracasso em promover um acordo de paz entre Rússia e Ucrânia e preso pelas amarras entre a Casa Branca e Volodymyr Zelensky, Trump passou a atacar a Rússia neste mês de julho. Depois dos ataques militares ao Irã, as tarifas contra o Brasil e a guerra comercial com a China, Moscou e Nova Délhi eram os próximos alvos naturais da cruzada de Trump contra os BRICS.

O destacamento de submarinos nucleares contra a Rússia e a nova rodada de tarifas contra os países que compram petróleo russo — o que inclui Brasil e Índia — marcam a nova fase da guerra de Donald Trump contra os BRICS.

O governo Modi afirmou através de porta-voz:”Como qualquer grande economia, a Índia tomará todas as medidas necessárias para salvaguardar seus interesses nacionais e sua segurança econômica”, afirmou o comunicado do Ministério das Relações Exteriores. “Atacar a Índia é injustificado e irracional”, acrescentou.

Fonte: Revista Fórum

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