De acordo com o colégio, especialistas pedagógicos da instituição foram acionados para abrir uma investigação interna para apurar o caso. Com câmeras de segurança do espaço para auxiliar, o Galois afirmou ter ouvido 57 alunos que estavam na torcida no mesmo dos ataques racistas. Os estudantes ajudaram a identificar os 10 alunos que proferiram ataques a colegas da Escola Franciscana Nossa Senhora de Fátima, com termos como “macaco”, “filho de empregada” e “pobrinho”.
O Conselho de Classe do colégio chegou a votar, no sábado (27/4), medidas de aplicação de sanções, “de acordo com a gravidade do ato praticado por cada um dos envolvidos, graduando as penalidades a partir da participação dos alunos entre apoio, incentivo ou proferimento das injúrias”. Apesar disso, cinco estudantes optaram, por vontade própria, deixar a instituição, já outros foram desligados e os remanescentes — não comprovado a autoria — punidos com medidas pedagógicas.
O colégio informou que as medidas foram encaminhadas à Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), Secretaria de Educação (SEE-DF), Ministério Público (MPDFT), além da escola alvo das ofensas racistas. “Reiteramos que o Colégio Galois não coaduna com nenhum tipo de comportamento preconceituoso e discriminatório e que está sempre empenhado em combater qualquer prática segregadora e criminosa”, informou o colégio, em nota (veja completa abaixo).
O caso
Ofensas raciais e em virtude de classe social tornaram uma partida de futebol de salão do Torneio da Liga das Escolas, em 3 de abril, um lamentável episódio de hostilidade no esporte. Na ocasião, o Correio ouviu o treinador da Escola Fátima, Carlos de Souza, que explicou mais detalhes da cena que ele presenciou.
“Eles também zombaram dos cabelos dos estudantes atletas da Escola Fátima e do tipo físico, pois eram muito magros, insinuando que não comiam porque passavam fome”, lamenta o treinador, que também é orientador educacional.
De acordo com Carlos, os atletas da Escola de Fátima também relataram que a torcida batia com o punho no peito imitando gestos de macaco. “Ao término do 1º tempo, foi realizada uma abordagem ao professor do Colégio Galois, pedindo uma atitude educativa, pois nossos estudantes atletas da Escola Fátima estavam sendo humilhados de maneira absurda”, conta o treinador. Ele comenta que, por parte da sua equipe, o espírito sempre foi o de participar da disputa de modo saudável e evitando qualquer possibilidade de conflito. “Considerando que nossa escola sequer levou torcida”, ressalta.
Maia também lembra que o professor do Galois foi até a torcida pedir para que parassem com as ofensas. Mesmo assim, as agressões não cessaram. “O episódio gerou um enorme dano emocional para os nossos estudantes atletas da Escola Fátima e seus familiares”, enfatiza.
*Redação com Correio Braziliense
O colégio Galois, da Asa Sul, informou que a instituição conseguiu identificar 10 alunos “possíveis envolvidos” no episódio de racismo durante uma partida de futebol contra colegas de outra escola. O caso ocorreu em 3 de abril e repercutiu nacionalmente.