Anadia/AL

9 de maio de 2025

Anadia/AL, 9 de maio de 2025

Ao se encontrar com Putin em Moscou, Lula mostra coragem e a sabedoria de quem conhece o lado certo da História

A defesa do multilateralismo é a defesa da paz mundial.

ABN - Alagoas Brasil Noticias

Em 9 de maio de 2025

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Vladimir Putin e Lula se encontram em Moscou (Foto: Ricardo Stuckert / PR)

Por Leonardo Attuch

Ao participar, em Moscou, das celebrações pelos 80 anos da vitória sobre o nazismo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva reafirmou o papel histórico e soberano do Brasil na defesa da paz mundial e do multilateralismo. Em vez de se submeter à lógica maniqueísta da nova Guerra Fria, Lula escolheu estar do lado certo da História: o lado daqueles que combateram o nazifascismo no século XX e hoje lutam contra a imposição de uma ordem internacional baseada na força e na dominação.

Lula já havia condenado, em diversas ocasiões, a invasão da Ucrânia pela Rússia e chegou a apresentar, ao lado da China, um plano de paz baseado na criação de um grupo de países neutros. Mas sua presença em Moscou demonstra que é possível condenar a guerra sem romper o diálogo. É também importante lembrar que a guerra na Ucrânia foi basicamente um conflito por procuração. Os Estados Unidos e os países da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) passaram a usar a Ucrânia como uma peça geopolítica, fornecendo armamentos e apoio logístico, mas sem se envolver diretamente, enquanto milhares de soldados ucranianos foram enviados ao front e usados como bucha de canhão. Essa leitura não é apenas de analistas críticos ao imperialismo; ela já foi admitida pelo próprio vice-presidente dos Estados Unidos, JD Vance, e por setores críticos às guerras imperiais na mídia estadunidense.

A reação dos meios de comunicação alinhados à velha ordem, como o jornal O Globo, revela o desconforto daqueles que ainda sonham com um mundo unipolar, comandado pelos interesses de Washington. Em editorial publicado nesta semana, o jornal criticou Lula por celebrar, ao lado de Putin, a derrota de Adolf Hitler, como se esse gesto de reverência à História e à luta contra o nazismo fosse uma ameaça à democracia. O Brasil 247 rebateu essa posição com clareza, denunciando a tentativa de transformar um ato de paz e memória histórica em pretexto para alimentar o belicismo e a russofobia.

Com a viagem a Moscou, Lula demonstra, mais uma vez, grande coragem e conhecimento histórico de quem sabe que o multilateralismo é a única via possível para a construção de um mundo mais justo e pacífico. O fortalecimento de blocos como os BRICS, a aproximação com a China, a defesa da soberania dos países do Sul Global e o resgate da política externa independente iniciada em seus primeiros mandatos colocam o Brasil em uma posição de destaque como articulador da paz.

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