Por Leonardo Attuch
Ao participar, em Moscou, das celebrações pelos 80 anos da vitória sobre o nazismo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva reafirmou o papel histórico e soberano do Brasil na defesa da paz mundial e do multilateralismo. Em vez de se submeter à lógica maniqueísta da nova Guerra Fria, Lula escolheu estar do lado certo da História: o lado daqueles que combateram o nazifascismo no século XX e hoje lutam contra a imposição de uma ordem internacional baseada na força e na dominação.
Lula já havia condenado, em diversas ocasiões, a invasão da Ucrânia pela Rússia e chegou a apresentar, ao lado da China, um plano de paz baseado na criação de um grupo de países neutros. Mas sua presença em Moscou demonstra que é possível condenar a guerra sem romper o diálogo. É também importante lembrar que a guerra na Ucrânia foi basicamente um conflito por procuração. Os Estados Unidos e os países da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) passaram a usar a Ucrânia como uma peça geopolítica, fornecendo armamentos e apoio logístico, mas sem se envolver diretamente, enquanto milhares de soldados ucranianos foram enviados ao front e usados como bucha de canhão. Essa leitura não é apenas de analistas críticos ao imperialismo; ela já foi admitida pelo próprio vice-presidente dos Estados Unidos, JD Vance, e por setores críticos às guerras imperiais na mídia estadunidense.
A reação dos meios de comunicação alinhados à velha ordem, como o jornal O Globo, revela o desconforto daqueles que ainda sonham com um mundo unipolar, comandado pelos interesses de Washington. Em editorial publicado nesta semana, o jornal criticou Lula por celebrar, ao lado de Putin, a derrota de Adolf Hitler, como se esse gesto de reverência à História e à luta contra o nazismo fosse uma ameaça à democracia. O Brasil 247 rebateu essa posição com clareza, denunciando a tentativa de transformar um ato de paz e memória histórica em pretexto para alimentar o belicismo e a russofobia.
Com a viagem a Moscou, Lula demonstra, mais uma vez, grande coragem e conhecimento histórico de quem sabe que o multilateralismo é a única via possível para a construção de um mundo mais justo e pacífico. O fortalecimento de blocos como os BRICS, a aproximação com a China, a defesa da soberania dos países do Sul Global e o resgate da política externa independente iniciada em seus primeiros mandatos colocam o Brasil em uma posição de destaque como articulador da paz.
A coragem de Lula em comparecer à cerimônia do Dia da Vitória em Moscou deve ser celebrada como uma das decisões mais acertadas de seu terceiro mandato. Em tempos de ascensão de movimentos de extrema direita em várias partes do planeta, a lembrança da luta contra o nazismo e o fascismo ganha ainda mais importância. E a presença do presidente brasileiro na Rússia simboliza exatamente isso: uma aliança com os valores universais da justiça, da autodeterminação dos povos e da paz.
Redação com Brasil 247
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