Por João Pedro Fragoso
Foi por muito pouco. Após partida taticamente quase perfeita e um empate em 1 a 1 enquanto a bola rolava, o Flamengo pecou nos pênaltis, parou no goleiro Safonov em quatro cobranças e ficou com o vice-campeonato do Intercontinental para o PSG por 2 a 1.
Apesar da dor natural pela derrota depois de chegar tão perto do sonhado bicampeonato, a partida serviu para mostrar o ótimo nível de enfrentamento do Flamengo frente a um dos principais times do mundo. O rubro-negro chegou a ser melhor que o PSG em alguns momentos do jogo e valorizou o primeiro título mundial da história dos parisienses.
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Devido à diferença de nível técnico e físico entre as equipes, já que o Flamengo fazia a 78ª e última partida na temporada, enquanto o PSG estava apenas na 24ª, era inevitável que o rubro-negro tivesse uma postura um pouco mais defensiva. E isso aconteceu de forma quase que impecável. Mas isso não significa que os cariocas estiveram retrancados. Compactos e bem espalhados taticamente, principalmente na segunda etapa, os comandados de Filipe Luís souberam neutralizar as principais características dos parisienses e ainda tiveram enorme capacidade de, dentro do estilo de jogo que demonstraram o ano inteiro, oferecer perigo aos atuais campeões europeus
No primeiro tempo, quando o PSG saiu com a vitória parcial por 1 a 0, o detalhe de imperfeição por parte do Flamengo se deu no lado esquerdo da defesa. Ciente da qualidade do Paris Saint Germain no meio-campo, Carrascal esteve posicionado mais pelo centro, o que deixou um corredor para os parisienses atacarem e que contava apenas com Alex Sandro na contenção. Foi justamente assim que saiu o gol.
Após troca de passes pelo lado esquerdo do seu ataque, o PSG inverteu o jogo até Doué. Com apenas o lateral-esquerdo na frente, o atacante deu um tapa de primeira e contou com desvio providencial de Rossi para amortecer a bola e deixa-la a feição para Kvaratskhelia abrir o placar.
Consistência tática
Na segunda etapa, apareceu talvez o principal trunfo do Flamengo de Filipe Luís na campanha do bimundial: conseguir manter a cabeça no lugar e sustentar os princípios táticos. Fiel ao seu estilo, o rubro-negro foi premiado com o gol de empate e uma atuação memorável, digna de mais uma música da nação, como a que valoriza “os ingleses na roda” em 1981.
O empate, por exemplo, saiu da pressão no campo de ataque que acabou por forçar o erro do PSG. Após cobrança de lateral de Zaïre-Emery colada à bandeirinha da linha de fundo defensiva, o português Vitinha tentou zerar com um chutão mas foi bloqueado por Bruno Henrique. A bola sobrou para Arrascaeta, que driblou Marquinhos e foi derrubado dentro da área pelo zagueiro brasileiro. Pênalti assinalado pelo árbitro Ismail Elfath com auxílio do VAR. Impecável como de praxe, Jorginho marcou com estilo.
Com a igualdade no placar, era natural que o PSG tivesse mais a bola. E foi o que aconteceu, com os 66% de posse contra 34% do Flamengo. Mas isso não impediu que o rubro-negro levasse perigo e transformasse o sistema defensivo do time parisiense num caos.
Com o poder de criação e fôlego renovados após as entradas de Saúl, De La Cruz e Cebolinha somadas à noite inspirada de Gonzalo Plata, o Flamengo teve boas oportunidades em contra-ataques. Na melhor delas, o equatoriano arrastou sozinho e tocou para Pedro finalizar, mas ter o chute desviado de forma providencial.
No fim, o lance que consagrou Marquinhos como herói (ou vilão, a depender do ponto de vista) da noite. No último lance do tempo regulamentar, Dembélé fez jogada individual pela direita e deixou o zagueiro brasileiro na boa para marcar embaixo da trave. Talvez num reflexo das suas obrigações defensivas, o capitão parisiense acertou a bola com o calcanhar e perdeu um gol feito.
Mais no abafa do que bem jogada, a prorrogação foi marcada por pressão do PSG, que rondou a área do Flamengo, mas não conseguiu criar tantas chances efetivas.
C/ Extra Online

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