O Ministério Público Federal (MPF) confirmou, na última quinta-feira (13), que recebeu uma representação para investigar os possíveis impactos ambientais das festas conhecidas como ”Banho de Lua”, realizadas nas piscinas naturais de Ponta Verde e Pajuçara, em Maceió.

Esses eventos, que transformam o mar com luzes intensas, música alta e bares flutuantes, são organizadas por jangadeiros e guias locais, e atraem um público diversificado em busca de uma experiência única sob a luz da lua.

O MPF informou que a denúncia está em fase inicial de avaliação, e as informações fornecidas estão sendo apuradas. “Durante o procedimento, o MPF poderá solicitar informações adicionais, requisitar laudos técnicos e ouvir as partes envolvidas para garantir uma análise criteriosa dos fatos e a adoção das providências cabíveis.” (Veja nota abaixo)

A representação ocorre após o professor Robson Santos, do Laboratório de Ecologia e Conservação no Antropoceno (Ecoa Lab) da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), alertar para as graves consequências ecológicas dessas atividades tanto a curto quanto a longo prazo.

Segundo ele, entre os principais impactos, estão a quebra e o dano físico aos organismos recifais, o acúmulo de lixo e os impactos sonoros e luminosos que afetam o comportamento e a reprodução de diversas espécies.

“A iluminação artificial intensa pode desorientar organismos marinhos, afetar o comportamento e reprodução de corais e pode atrair predadores para áreas onde normalmente não estariam”, explica.

Além disso, ele pontua que a música alta prejudica a comunicação de peixes e invertebrados, causando estresse em organismos sensíveis, como tartarugas marinhas que utilizam os recifes como local de descanso.

“Todas essas atividades são um estresse crônico que quando somadas aos impactos que já existem, como aporte de esgoto e lixo, e aos eventos intensos de aquecimento das águas, decorrentes das mudanças climáticas, criam um cenário que pode levar a perda ou degradação intensa dessas áreas”, esclarece.

O pesquisador afirma que existem normas ambientais que regulamentam o turismo em áreas recifais. Entretanto, a efetividade dessas normas depende do cumprimento e da fiscalização adequada. Para ele, o turismo desordenado pode comprometer a sustentabilidade dos recifes, mas, quando bem regulamentado, pode ser uma ferramenta para sua conservação.

“O turismo pode e deve ser uma ferramenta de conservação dos ecossistemas recifais, pois ele ajuda a conectar as pessoas a estes ambientes, mostrar suas belezas e perceber suas fragilidades”, ressalta.

Para reduzir os impactos negativos do turismo sem prejudicar a economia local, o especialista pontua a necessidade de regulamentar as atividades, ouvindo tanto os operadores de turismo quanto os especialistas ambientais.

A adoção de práticas sustentáveis, como a restrição de iluminação artificial e de som alto, a educação ambiental dos turistas e a implementação de regras claras para o uso das áreas recifais, são algumas soluções viáveis.

Veja a nota na íntegra

O Ministério Público Federal (MPF) confirma o recebimento, na data de hoje, de uma representação sobre os possíveis impactos ambientais das atividades conhecidas como “Banho de Lua” nas piscinas naturais de Maceió.

No momento, a denúncia está em fase inicial de avaliação, e as informações apresentadas estão sendo devidamente apuradas. Durante o procedimento, o MPF poderá solicitar informações adicionais, requisitar laudos técnicos e ouvir as partes envolvidas para garantir uma análise criteriosa dos fatos e a adoção das providências cabíveis.

O MPF reafirma seu compromisso com a proteção do meio ambiente e com a legalidade das atividades econômicas desenvolvidas na região, assegurando a devida transparência e respeito às normas ambientais vigentes.

Assessoria de Comunicação

Ministério Público Federal em Alagoas

Redação com Cada Minuto

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