Por Alice Andersen
Brasileiros de diferentes regiões do país irão às ruas neste domingo (14) em protesto contra o Projeto de Lei da Dosimetria, o PL da Anistia, aprovado pelo Congresso na madrugada de quarta (10). As manifestações acontecem uma semana após as marchas do Levante Mulheres Vivas, que mobilizaram milhares pelo país contra a violência de gênero e o aumento dos feminicídios.
A retomada das ruas quatro meses após os atos contra a PEC da Bandidagem é um recado direto ao Congresso diante da tentativa de reduzir as penas dos envolvidos nos atos golpistas de 8 de janeiro, entre eles o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), condenado a 27 anos e três meses. Em protesto à aprovação do PL, o Orçamento Secreto e a sequência de absurdos da Casa, Glauber Braga ocupou a mesa diretora da Câmara, e por determinação do presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), agentes da Polícia Legislativa recorreram a violência extrema contra o deputado federal , que também era alvo de um processo de cassação forjado.
O deputado acabou retirado à força. Durante a ação, chegou a ser imobilizado com um mata-leão. Antes da operação, marcada pela truculência e desproporcionalidade, Motta ordenou de maneira autoritária que a imprensa deixasse o plenário, impedindo que jornalistas registrassem as agressões que seriam cometidas contra Glauber, e mostrando a fragilidade em liderar a Casa. O sinal da TV Câmara também foi interrompido por ordem do parlamentar paraibano.
A conduta do presidente da Câmara contribuiu para impulsionar a reação popular nas redes sociais e de parlamentares do campo progressista que levou a Câmara dos Deputados a votar pela preservação do mandato de Glauber Braga (PSOL-RJ), aplicando-lhe, contudo, a segunda punição mais severa prevista: a suspensão de seis meses do exercício do mandato. Com a aprovação na Câmara, o texto passa ao Senado. Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), que preside a Casa, indicou que pode colocá-lo imediatamente em votação no plenário, encurtando o processo, que passou a sustentar conflitos contra o presidente Lula.
A expectativa é que os atos ocorram nos moldes de setembro. Artistas brasileiros como Caetano Veloso e Paula Lavigne já confirmaram presença neste domingo. Há quatro meses, na praia de Copacabana, no Rio, Caetano recebeu ícones da luta contra a Ditadura, como Chico Buarque, Gilberto Gil, Paulinho da Viola, e dezenas de artistas que uniram suas vozes com milhares de manifestantes.
Abaixo, a Fórum lista as principais cidades onde acontecerão os atos:
Norte
- Porto Velho (RO): 15h – Praça da Estrada de Ferro
- Manaus (AM): 9h – Faixa liberada da avenida Getúlio Vargas
Nordeste
- Fortaleza (CE): 15h – Praia de Iracema, 1750 (Espigão da Rui Barbosa)
- João Pessoa (PB): 9h – Busto de Tamandaré
- Recife (PE): 14h – Rua da Aurora
- Natal (RN): 9h – Av. Roberto Freire, em frente ao Ferreira Costa
- São Luís (MA): 9h – Largo do Carmo
Centro-Oeste
- Brasília (DF): 9h – Concentração no Museu da República, com marcha rumo ao Congresso às 10h
- Campo Grande (MS): 8h – Avenida Afonso Pena com 14 de Julho
Sudeste
- São Paulo (SP): 14h – MASP (Avenida Paulista)
- Campinas (SP): 9h – Largo do Pará (a confirmar)
- Araçatuba (SP): 9h – Câmara Municipal
- Botucatu (SP): 10h – Em frente à EECA
- Ribeirão Preto (SP): 15h30 – Esplanada Pedro II
- Rio de Janeiro (RJ): 13h – Posto 5 de Copacabana
- Belo Horizonte (MG): 9h – Praça Raul Soares
- Uberlândia (MG): 9h30 – Praça Clarimundo Carneiro
- Juiz de Fora (MG): 10h – Praça da Estação
- Vitória (ES): 16h – UFES
Sul
- Porto Alegre (RS): 14h – Arcos da Redenção
- Florianópolis (SC): 9h30 – Ponte Hercílio Luz (lado ilha)
- Joinville (SC): 17h – Praça Nereu Ramos
- Curitiba (PR): 14h – Boca Maldita.
Com Revista Fórum
