Anadia/AL

29 de março de 2025

Anadia/AL, 29 de março de 2025

Carla Zambelli: Luan Araújo, jornalista perseguido, se pronuncia sobre condenação

"Como homem preto e periférico sofro um enquadro policial por ano, mas nunca imaginei passar por algo assim, em um momento tão delicado para a democracia brasileira", afirma Araújo em nota divulgada pelo Coletivo Democracia Corinthiana. 15h45min.

ABN - Alagoas Brasil Noticias

Em 28 de março de 2025

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Luan Araújo e Carla Zambelli. Créditos: Instagram Luan Araújo / Vinicius Loures Câmara

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Por Plinio Teodoro

Protagonista da perseguição armada que deve levar Carla Zambelli (PL-SP) a cumprir mais de 5 anos de prisão, o jornalista Luan Araújo se pronunciou, por meio do perfil da torcida organizada Coletivo Democracia Corinthiana (CDC), sobre a condenação da deputada bolsonarista.

Mesmo com pedido de vistas de Kássio Nunes Marques, que atendeu a defesa e adiou em 90 dias a possível prisão, o Supremo Tribunal Federal (STF) já tem maioria pela condenação da bolsonarista. Cinco ministros seguiram o relator, Gilmar Mendes, que pede pena de prisão de 5 anos e 3 meses.

“Recebo com alívio a notícia de que o Supremo Tribunal Federal formou maioria para condenar a deputada Carla Zambelli”, afirma Araújo.

O jornalista negro, um corinthiano fanático, revela que “até hoje, preciso de acompanhamento médico e psicológico devido a esse episódio”.

Segue submissa

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“Há quase três anos, tento me afastar desse assunto, que ainda provoca gatilhos importantes em mim, na minha família e no meu círculo mais próximo de amigos. Foi um momento extremamente doloroso, que não desejaria nem ao meu pior inimigo”, afirma, agradecendo aos advogados e à CDC, “que me deram todo o suporte jurídico desde o primeiro momento e deixaram claro que eu era a vítima no caso, e não o culpado”.

“Costumo dizer que, como homem preto e periférico, sofro um enquadro policial por ano, mas nunca imaginei passar por algo assim, em um momento tão delicado para a democracia brasileira. Espero, que essa decisão do Judiciário, ajude a população a entender que o processo democrático, pelo qual tanto lutamos ao longo da história, não tolera tal atitude – especialmente vinda de uma parlamentar”, conclui.

Condenada

Nesta terça-feira (25), o ministro Dias Toffoli adiantou seu voto no plenário virtual e o STF formou maioria para condenar a deputada bolsonarista Carla Zambelli à prisão de 5 anos e 3 meses por perseguição armada ao jornalista negro Luan Araújo na véspera do segundo turno das eleições de 2022.

A deputada, no entanto, só deve ir para a prisão daqui 90 dias, já que o Nunes Marques pediu vistas no processo. Com isso, foi aberto o prazo para que ele devolva a ação para conclusão do julgamento.

Na segunda-feira (24), após Nunes Marques pedir vistas, Cristiano Zanin também adiantou seu voto, acompanhando o relator do caso, Gilmar Mendes. Votaram ainda pela condenação e cassação do mandato da bolsonarista Cármen Lúcia, Alexandre de Moraes e Flávio Dino.

Nunes Marques

Em nota, Carla Zambelli gradeceu ao ministro Kássio Nunes Marques, por pedir vistas ao processo e afirmou que “o julgamento ainda não terminou”.

“O julgamento ainda não terminou, graças ao pedido de vista do exmo. sr. ministro Nunes Marques, a quem agradeço por permitir mais tempo para reflexão”, inicia a nota divulgada pela parlamentar, que apela para “que os ministros reconsiderem e garantam justiça”.

Em seguida, a deputada tenta, mais uma vez, inverter a narrativa. Carla Zambelli é ré por perseguição armada ao jornalista negro Luan Araújo na véspera do segundo turno das eleições de 2022.

Na ocasião, a deputada e um segurança sacaram a arma e correram atrás do homem, apoiador de Lula, no meio da rua até achacar o rapaz dentro de um estabelecimento comercial. A lei proíbe que pessoas, mesmo com porte de arma, andem armadas nos dias que antecedem a votação.

“É imperioso destacar: sou acusada por me defender de um agressor que me perseguiu em São Paulo, após meu telefone ter sido vazado por membros da esquerda. Isso resultou em milhares de ameaças contra mim e minha família, especialmente meu filho”, diz a bolsonarista, tentando se vitimizar e contrariando vídeos feitos da ação criminosa.

Redação com Revista Fórum

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