Mais um relatório aponta o crescimento de uma caverna gigante na Lagoa Mundaú, após o colapso da mina 18 em dezembro de 2023. O resultado mostra que a cavidade sofreu alterações e avançou aproximadamente 5 metros rumo à superfície. O espaço é resultado da união física de duas minas de extração de sal-gema a 20 e a 21.
O resultado do estudo ainda é preliminar, mas a empresa contratada pela Braskem finalizou o processo de sonar na cavidade conjugada das minas 20 e 21. O novo documento é datado do dia 20/01/2024 e mostra que a geometria da cavidade sofreu alterações se comparada ao último relatório realizado em 01 de novembro de 2023. Todas as medidas anteriores da cratera também foram alteradas.
Em novembro de 2023, data do último exame, o topo da cavidade das minas 20/21 estava a 728,1 metros da superfície. No exame datado do último dia 20 de janeiro de 2024 o topo da cavidade está localizado a 723,7m, 4,4 metros de diferença.
O novo exame e sonar mostra ainda uma cavidade que aumentou de tamanho nos últimos dois meses. A caverna tinha 119 metros de altura no último exame de sonar no ano passado. A nova campanha de sonar revela uma cavidade com 121 metros. Dentro da cratera caberiam quase 4 estátuas do Cristo Redentor empilhadas.
A largura da mina também mudou. Tinha pouco mais de 95m e agora tem 96.52m.
Geometria
A geometria da cavidade não sofreu alterações significativas, mas os desabamentos do teto da cratera deram a ela um topo mais arredondado se comparado ao exame anterior.
Estudo solicitado
O atual estudo foi solicitado pela Defesa Civil de Maceió e reforçado pela Agência Nacional de Mineração – a ANM. Um ofício foi encaminhado, no último dia 30 de dezembro solicitando várias ações, entre elas o sonar. Além da caverna das minas 20 e 21, o documento da Defesa Civil também pede o mesmo exame na mina 29.
O principal motivo é que além de ser uma cavidade instável, o atual sistema de monitoramento da região não é capaz de promover um acompanhamento em tempo real na integridade interna da caverna nem sua movimentação rumo a superfície.
Havia um temor de que o colapso da mina 18 – que era a mais próxima dessa caverna (20/21) – pudesse ter comprometido a estrutura ou até mesmo acelerado o processo de chegada na superfície.
Caverna gigante das minas 20 e 21 da Braskem avançou 5 metros rumo a superfície, tem agora 121m de altura e 96m de largura
O documento aponta que o movimento vertical da mina 18 parece não ter interferido substancialmente na estrutura da cavidade das minas 20 e 21.
A ANM informou no início do mês que após a realização do sonar, todas as minas ao redor da 18 que colapsou terão seus planos de fechamento reexaminados e colocados como prioridade.
Redação com Jornal de Alagoas
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