Por: Jamylle Bezerra
Com o período mais quente e seco do ano batendo à porta, marcado pela chegada da primavera já neste domingo (22), os alagoanos devem enfrentar bastante calor, em especial as pessoas que moram em municípios situados na região do Semiárido e do Sertão do estado. Diante disso, a preocupação com o nível de água nos mananciais que garantem o abastecimento de água nas residências é uma realidade, mas, por enquanto, está tudo sob controle.
De acordo com a Companhia de Saneamento de Alagoas (Casal), os investimentos feitos nos últimos anos para garantir a segurança hídrica em Alagoas têm surtido efeito e não há previsão de racionamento de água por razões climáticas em nenhum município do estado.
Responsável por captar e tratar água de 17 mananciais para abastecer 77 municípios alagoanos, a Casal tem realizado um monitoramento constante, com a adoção de medidas preventivas – como a reservação de água -, que garantem que, mesmo durante os períodos de seca, não haja racionamento no estado. “Entre os mananciais, destaque para o Rio São Francisco, que sozinho atende 38 municípios”, afirma o presidente da Casal, Luiz Neto.
Segundo ele, o Programa Mais Água Alagoas tem desempenhado um papel crucial na mitigação da seca nas regiões mais afetadas de Alagoas, especialmente no Semiárido.
“O programa foca em grandes investimentos públicos e privados, com destaque para as concessões, que já somam mais de R$ 6 bilhões em compromissos firmados com concessionárias. Esses investimentos têm como objetivo ampliar a distribuição de água e melhorar o tratamento de esgoto nas áreas mais críticas, principalmente aquelas contempladas pelo Canal do Sertão, um sistema fundamental para a distribuição de água no Semiárido alagoano”, afirma o presidente da Companhia.
Mananciais de Alagoas encontram-se com nível satisfatório. Cortesia Casal
Ele destaca que o estado é amplamente abastecido por fontes naturais de água, com o próprio Rio São Francisco e as bacias dos rios Mundaú e Paraíba, que garantem a oferta regular para diversas regiões. “Atualmente, não há risco de desabastecimento em Alagoas. Graças ao trabalho de monitoramento e gestão eficiente, a população pode contar com o fornecimento contínuo, mesmo em períodos mais críticos de seca”, pontua.
A expectativa da Casal, é que, dentro dos próximos cinco anos, sejam investidos cerca de R$ 10 bilhões no setor de abastecimento, aumentando a capacidade de fornecimento de água e garantindo, cada vez mais, segurança hídrica para a população, mitigando os efeitos da seca em Alagoas.
INVERNO AMENO E VERÃO SECO
O período chuvoso em Alagoas este ano já chegou ao fim e o inverno pode ser considerado ameno, com chuvas acima do volume previsto, mas de forma bem distribuída na primeira metade da estação, e precipitações escassas e abaixo da normalidade na outra metade, que chega ao fim com a chegada da primavera, neste domingo.
De acordo com o meteorologista e superintendente de Prevenção de Desastres Naturais da Secretaria de Estado do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos (Semarh), Vinícius Pinho, Alagoas registrou em 2024 um inverno bem irregular.
“Tivemos a primeira metade do inverno, com chuvas até um pouco acima da média, mas bem distribuídas, diferente dos anos de 2022 e 2023, quando tivemos grandes volumes em um curto espaço de tempo. Esse ano, as chuvas foram mais distribuídas, por isso não tivemos tantos momentos mais severos. Na segunda metade do inverno, choveu bem abaixo da normalidade em praticamente todas as regiões do estado”, afirmou Vinícius.
Para as próximas estações – primavera e verão – a expectativa é de dias secos e com altas temperaturas.
“De acordo com o resultado da nossa última previsão climática, a partir do trimestre setembro, outubro e novembro, teremos o início do período de estiagem climatológica em todas as regiões do Estado de Alagoas, quando são esperadas poucas chuvas. E a previsão é de temperaturas acima da média. Então, devemos ter um tempo seco sim. O período chuvoso já acabou e não temos expectativa de volumes significativos de chuva”, destaca o especialista.
Redação com Gazeta web
