♦️ Felipe Resk
As chuvas que atingiram a região de Paraibuna, no interior paulista, atrapalharam os planos de resgate dos corpos das vítimas do acidente de helicóptero que estava desaparecido desde a véspera do Réveillon.
“Todo o cenário de acidente aéreo é revestido de muita dor”, diz o major Cesar Augusto Silva, da Polícia Militar (PM).
Foi a Polícia Militar de São Paulo que localizou o cenário do acidente. Como se trata de uma área de difícil acesso, o plano inicial era recuperar os corpos por aeronaves.
Para isso, uma equipe de resgate foi levada, em um helicóptero de apoio, ao local do acidente no fim da manhã. Após a realização de perícia e coleta de materiais que podem ajudar a esclarecer o acidente, os militares tinham a missão de abrir uma clareira para possibilitar o pouso que resgataria as vítimas.
A área, no entanto, não é homologada para sobrevoos e esse tipo de missão só pode ser feita em boas condições climáticas e à luz do dia. Com as fortes chuvas, o plano de resgate aéreo foi suspenso na tarde desta sexta-feira. A clareira segue sendo aberta.
A alternativa encontrada foi enviar as equipes por terra – opção mais demorada e que demanda esforço maior. Só para chegar à área do acidente são 40 minutos de carro, partindo do ponto de rodovia mais próximo, além de 40 minutos por trilha a pé.
Ainda não há definição se as equipes de resgate, que envolvem policiais e bombeiros militares, vão varar a noite nas trilhas.
Outra possibilidade é o trabalho ser suspenso à noite e só retornar na manhã deste sábado (13/1).
Os corpos devem ser levados para o Instituto Médico Legal (IML) de Jacareí, também no interior paulista.
O acidente
O helicóptero modelo Robinson 44 desapareceu na Serra do Mar, no dia 31 de dezembro. Morreram no acidente o piloto Cassiano Teodoro, 44 anos, e os três passageiros: Raphael Torres, 41; Luciana Rodzewics, 45; e Letícia Ayumi, 20.
A aeronave partiu do Campo de Marte, na capital paulista, em direção a Ilhabela, no litoral norte, na véspera do Ano-Novo. O último registro no radar havia sido por volta de 15h20 do dia 31 de dezembro. Pouco antes de a aeronave desaparecer, Letícia enviou mensagens ao namorado avisando sobre as más condições climáticas. Ela gravou um vídeo em que o helicóptero aparece totalmente coberto por neblina, sem visibilidade.
A análise dos celulares havia sido feita pela equipe de aviação da Polícia Civil ao longo dessa quinta-feira (11/1). Segundo o delegado Paulo Sérgio Reis Mello, diretor do Departamento de Operações Policiais Estratégicas (Dope), apenas com tempo favorável, o que ocorreu na quinta, esse trabalho seria possível.
“Para fazer uma triangulação e encontrar o local dos celulares, é preciso três antenas [de telefonia móvel]. Lá, tinha só uma, e virada para outro lado”, disse o delegado.
Por isso, os policiais precisavam fazer voos na região para identificar as localizações prováveis dos celulares. Eles traçaram um cone, a partir da Rodovia dos Tamoios, na altura do km 54, que seguia por um raio de 12 quilômetros em cada um dos lados.
Esse direcionamento foi repassado para o Comando da Aviação da Polícia Militar (PM) na tarde de quinta-feira, e as equipes planejaram uma busca mais minuciosa a partir da manhã desta sexta-feira.
O cone traçado pela Polícia Civil foi dividido em cinco quadrantes. Em cada um deles, os helicópteros das polícias fariam voos específicos, com menor velocidade e altura. No segundo quadrante, por volta das 9h15, os PMs encontraram os corpos.
♦️ Redação com Metrópoles