Anadia/AL

21 de julho de 2024

Anadia/AL, 21 de julho de 2024

Ciência e Tecnologia retoma agenda contra negacionismo

Secretário executivo Luis Manuel Fernandes foi um dos principais palestrantes no ProspeCT&I, VIII Congresso Internacional do Profnit, que está sendo realizado em Maceió | 11:31 hs

ABN - Alagoas Brasil Noticias

Em 15 de maio de 2024

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Foto: José Vanderlei

O secretário executivo do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Luis Manuel Rebelo Fernandes, foi um dos principais personagens no segundo dia do megaevento voltado à propriedade intelectual e transferência de tecnologia, o ProspeCT&I, VIII Congresso Internacional do Profnit.

Rede Profnit é um Programa de Pós-Graduação em Propriedade Intelectual e Transferência de Tecnologia para a Inovação dedicado ao aprimoramento da formação profissional para atuar nas competências dos Núcleos de Inovação Tecnológica (NITs) e nos Ambientes Promotores de Inovação em diversos setores: acadêmico, empresarial, governamental e organizações sociais.

Fernandes ressaltou que o Governo está potencializando o Programa e Eixos Estruturantes aprovados pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Ciência e Tecnologia (FNDCT) e vislumbrou um cenário positivo para os próximos anos, apesar do desmonte da área de ciência e tecnologia nos últimos anos em função do negacionismo em relação à ciência no governo anterior.

Fernandes explanou ainda sobre a estruturação do sistema nacional de Ciência, Tecnologia a partir de 1950 e as perspectivas para o desenvolvimento do Brasil, com um histórico sobre a evolução do sistema. “Foi um colapso no sistema público federal de apoia à ciência, tecnologia e inovação, durante quase sete anos do congelamento e contingenciamento do Fundo Nacional de Ciência. E nós estamos, agora, recompondo e liberando integralmente, estruturando toda o financiamento em dez programas, estruturando e oferecendo várias possibilidades de fomento da inovação de parcerias entre universidades e empresas como um dos elos fundamentais para garantir dias melhores para o Brasil”, destacou o secretário executivo.

“Em primeiro lugar vamos retomar o Programa de recuperação e Expansão da Infraestrutura de Iniciação Científica com vários editais”, destacou.

“Estamos em negociação com a Integração Regional voltados para as regiões Norte, o Nordeste e o Centro-Oeste”, completou Fernandes.

Luis Fernandes anunciou ainda o programa de reindustrialização nacional de subvenção econômica das empresas como um dos focos da retomada do país no desenvolvimento científico e tecnológico. “É um programa focado como estimulador de parcerias entre as empresas com os universidades e institutos de tecnologia e inovação”, disse Fernandes, ao completar. “O projeto de interiorização Conecta Capacita Brasil, sobretudo no ensino médio na formação e capacitação digital, é outro foco nosso”, completou o secretário do Ministério.

Outro programa fundamental, segundo Fernandes, é de desenvolvimento sustentável da Região Amazônica em bioeconomia e bolsas para atrair pesquisadores brasileiros que se encontram no exterior.

Conferência do encontro foi um debate online entre diplomatas brasileiros na Rússia e os participantes em Maceió – Foto: Edilson Omena

Ele destacou também apoio a políticas públicas prioritárias pelos ministérios e anunciou o viés social do MCTI. “Outro programa é da segurança alimentar e erradicação da fome no país, com máquinas adaptadas à agricultura familiar”, destacou o secretário executivo.

O evento é apoiado também pela Cooperativa dos Jornalistas e Gráficos do Estado de Alagoas (Jorgraf) com os canais de TV, portal e jornal impresso diário Tribuna Independente.

Brasil e Rússia formam parceria em educação, inovação e clima

André João Rypi, especialista em política espacial: ‘russos abertos ao diálogo com o Brasil’ – Foto: Edilson Omena

Dois gigantes mundiais, o Brasil e a Rússia, estão desenvolvendo conjuntamente políticas públicas governamentais e empresariais que estão abrindo oportunidades, em uma linha evolutiva que hoje já envolve mais de 80 instituições, nos dois sentidos, na cooperação em áreas como educação e inovação, e grandes clusters de setores como ciências marinhas, química, física, meio ambiente, incluindo mudança climática global, principalmente nos polos Ártico – cuja tecnologia é dominada pela Rússia, principalmente na Sibéria – e Antártico, onde o Brasil tem mais experiência, com a base de Almirante Ferraz, onde o país desenvolve o Programa Antártico Brasileiro.As informações foram repassadas durante o 8º Congresso Internacional Profnit, que está sendo realizado em Maceió, na sede do Sebrae Alagoas, com o tema central “Interação Universidade, Indústria e Caminhos para uma bioeconomia Efetiva”, que reúne o universo acadêmico, empresarial, governamental e de organizações sociais. O encontro é uma promoção da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), Caixa, governo federal, Fórum de Gestores de Inovação e Transferência de Tecnologia (Fortec), a rede Profnit, o maior programa de mestrado e pós-graduação do país, que reúne instituições associadas de pesquisa e estudos temáticos sobre propriedade industrial e transferência de tecnologia.

As parcerias e oportunidades entre Brasil e Rússia foram debatidas na manhã de ontem (14), em formato remoto, entre a capital russa Moscou, e os participantes do evento em Maceió. O debate teve a participação de Marcelo Böhlkew, diplomata e ministro das Relações Exteriores da embaixada da Rússia; Fred Siqueira Campos, especialista em mudança tecnológica e Rússia; André João Rypi, diplomata brasileiro e especialista em política espacial e a professora PHD Lioudmila Baturina, da Universidade de Tecnologia Russa.

Para o ministro Marcelo Böhlkew, a Rússia e o Brasil já estudam cooperação de empresas de diferentes setores, localizadas em determinada região e que já colaboram entre si para alcançar objetivos comuns, como a inovação, o desenvolvimento econômico e a criação de novas oportunidades de negócios.

“São dez clusters em que há reuniões periódicas em que pesquisadores e professores apresentam seus projetos, ideias e tentam encontrar parceiros para cooperação, seja no Brasil, na Rússia ou na Bielorrússia. Entre esses clusters já prospectados estão a química, a física, a matemática, o meio ambiente, com ênfase nas mudanças climáticas. Reuniões dos clusters estão abertas a todos os interessados. Nós temos incentivado a máxima participação em que as universidades e instituições possam encontrar seus parceiros”, afirma Böhlkew.

Na área tecnológica o ministro cita clusters que podem abrir oportunidades de transferência tecnológica em áreas de domínio russo com a cibersegurança, a medicina nuclear e genética, e, por outro lado, o Brasil e seus cases de sucesso na agricultura, na geologia, na mineração, na exploração petrolífera em áreas profundas, que o Brasil tem potencial.

ENCONTRO DOS BRICS

Ele anuncia que a próxima etapa dessa aproximação Brasil-Rússia, é a reunião presencial que ocorrerá em Moscou, entre os dias 14 e 16 de outubro, com a presença de reitores, diretores de relações internacionais, professores, pesquisadores dos três países.

“Nessa reunião todos terão a oportunidade de conhecer melhor as instituições. Nós estamos organizando visitas a instituições de ponta aqui em Moscou. Tentaremos também incluir eventos culturais para que os nossos visitantes brasileiros possam ver a riqueza cultural da cidade e do país, e, sobretudo, em empresas de pesquisa na área de ciência e tecnologia”, assinala o ministro.

Ainda segundo Böhlkew, a reunião de reitores está sendo organizada pelo banco dos Brics e a Universidade Estatal de Moscou, com encontros, inicialmente no plano trilateral, organizado pela Embaixada, entre Brasil, Rússia e Bielorrússia.

“Nós não vemos essa reunião presencial como um fim do projeto, mas um começo, que deve ganhar uma venda autônoma e que as instituições possam, então, com a presidência anual dos Brics, talvez de uma instituição do Brasil, depois de uma instituição da Rússia, e assim por diante, tocar esse projeto. Estamos planejando algumas mesas redondas, visitas, palestras e uma programação cultural”, completa.

A reação tem sido muito positiva por parte das instituições, e já confirmaram presença universidades e institutos de pesquisa no Brasil, como a Universidade de Brasília, a Universidade Federal de Manaus e Minas Gerais, a Unicamp, de várias partes do Brasil e do Instituto de Pesquisa Energética e Nuclear.

CIÊNCIA E TECNOLOGIA

Durante a realização da palestra em linha direta com os diplomatas brasileiros na Rússia, André João Rypi, especialista em política espacial, apresentou alguns exemplos concretos ao longo da sua apresentação. Principalmente quanto às atividades que a Embaixada desenvolve, como representante do governo brasileiro, na área de Ciência, Tecnologia e Inovação. Essas atividades atendem a objetivos que foram desenvolvidos pelo Itamaraty no âmbito do Programa de Diplomacia da Inovação, que foi criado em 2017 e trabalha em mão dupla.

“Por um lado, ele busca identificar oportunidades para parcerias na área de inovação com atores ao redor do mundo, mas também promover um conhecimento no exterior daquilo que o Brasil faz em inovação. O Brasil é um dos países mais inovadores e criativos do mundo. Temos desafios em traduzir essa criatividade, essa capacidade de inovação em soluções. E isso é algo que os russos fazem muito bem e que nós podemos aprender com eles”, assinala Rypi.

Confira abaixo o vídeo produzido na abertura do evento:

Segundo o diplomata, os russos sempre realizam visitas técnicas aos parques tecnológicos brasileiros, participam de eventos e “voltam absolutamente fascinados pela nossa capacidade e pela inventividade do lado brasileiro e nossa capacidade de desenvolver relações. Eles encontram no Brasil parceiros com quem eles conseguem dialogar e se sentem respeitados”, disse.

“Isso, para a cultura russa, é extremamente importante. E eu diria que da mesma forma, isso é o que aqueles brasileiros que decidem cooperar com a Rússia vão ser recebidos com interesse, com respeito e com abertura”, completou.

A Rússia, com a população de 144 milhões ocupa hoje, mesmo na atual situação, mesmo com sanções, a 51ª posição no Índice Global de Inovação, mas estava em 47ª posição em 2022. E o Brasil ocupa a 49ª posição, em um patamar muito próximo. Por outro lado, Moscou é a região que possui a melhor posição, no Índice de Inovação, 51ª posição.

“São Paulo, que é o nosso melhor cluster de inovação, ocupa a 72ª posição. Então, isso mostra que nós temos aí lições a aprender e entender como um país fez uma transição de um regime que era totalmente orientado e controlado pelo Estado para uma transição, um regime de economia de mercado, conseguiu fazer esse salto de inovação. Sempre houve a qualidade da ciência, da pesquisa, mas os russos são muito bons em traduzir inovação em soluções”, concluiu André.

*Redação com Tribuna Hoje

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