Especialista consultado Dra. Priscilla Veloz Cevallos/ Por: Elissandra Silva
Criança pode namorar? Quando os pais se deparam com esta questão delicada, é comum que haja tensão, discussões e opiniões diversas. E é claro que a preocupação é compreensível, visto que a infância é uma fase crucial para o desenvolvimento humano, sendo o momento em que os pequenos começam a explorar seus sentimentos e relacionamentos interpessoais.
De acordo com a psiquiatra Priscilla Veloz Cevallos, a resposta é “não”, crianças não podem namorar. Primeiro que elas não entendem, exatamente, o que é um relacionamento amoroso. O que acontece é que crianças e pré-adolescentes tendem a reproduzir as falas e os comportamentos dos adultos.
Porém, ainda que o namoro infantil não passe de uma brincadeira de criança, os pais precisam se atentar para manter o equilíbrio entre a proibição e a imposição de limites. “Não há necessidade de repreender esse tipo de fantasia, mas também não se deve incentivar ou levar a sério como se fosse um namoro de verdade entre adolescentes ou adultos”, explicou a psiquiatra.
Qual a idade certa para namorar?
Não há, necessariamente, uma idade mínima para que alguém possa namorar. Segundo Priscilla, o que define o momento ideal para o namoro é o nível de preparo mental e físico de uma pessoa. É preciso também que a família esteja certa de que, realmente, chegou a hora. Para que isto seja possível, é necessário ter em casa abertura para o diálogo e, principalmente, acolhimento e respeito com os sentimentos, desejos e sexualidade da criança.
Quais os impactos do namoro precoce?
Não é possível prever os resultados do namoro precoce, visto que tudo vai depender do preparo emocional e da estrutura familiar da pessoa. Como os impactos podem ser positivos ou negativos, o recomendado é que os pais usem o diálogo para garantir que os filhos tenham independência e aprendam a respeitar seus limites, desejos, anseios.
Para que os pais consigam, efetivamente, orientar seus filhos sobre o namoro, é preciso conversar de igual para igual, dentro do limite do que eles podem entender e absorver. “Mais do que falar, vale a pena dar exemplo, seja com vivência deles, livros, filmes e mídias. Além disso, às vezes vale a pena ter a ajuda de um profissional da psicologia para mediar essa conversa e entender melhor os sentimentos de todos os envolvidos”, salientou Priscilla Veloz Cevallos.
*Redação com Minha Vida