A pré-candidatura de Álvaro Lira, filho do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP), a uma vaga na Câmara Federal em 2026 alterou o cenário político em Alagoas e dificultou os planos de retorno da ex-deputada estadual Jó Pereira ao campo eleitoral. Sem mandato desde 2023, Jó enfrenta dificuldades para viabilizar uma nova candidatura competitiva.
Com histórico de forte atuação na Assembleia Legislativa de Alagoas (ALE), Jó Pereira deixou o cargo em 2022 para disputar a eleição majoritária como vice na chapa de Rodrigo Cunha. Após a derrota, assumiu a Secretaria Municipal de Educação de Maceió, mas não alcançou a mesma projeção pública de sua atuação parlamentar.
Ela também ficou fora da disputa eleitoral no município de São Miguel dos Campos, onde contava com base eleitoral consolidada. Para 2026, as principais possibilidades seriam retornar à ALE ocupando a vaga atualmente exercida por Fernando Pereira, ou buscar espaço na Câmara Federal, vaga a ser aberta com a possível candidatura de Arthur Lira ao Senado.
No entanto, o bom desempenho de Fernando Pereira como deputado estadual e a entrada de Álvaro Lira na disputa federal reduziram o espaço político para Jó Pereira. A hipótese de candidatura autônoma sem apoio formal é vista como improvável por aliados, que reconhecem o impacto da influência dos Lira sobre os redutos eleitorais onde ela atuava.
Arthur Lira oficializou sua pré-candidatura ao Senado no último dia 17, durante evento comemorativo pelos 224 anos do município de Anadia, acompanhado de Álvaro Lira e lideranças locais. O movimento reforça a intenção do grupo político de manter controle sobre as representações federal e estadual por meio de articulações familiares e partidárias.
Segundo pesquisa do Instituto Falpe divulgada em 18 de julho, Lira aparece com 28% das intenções de voto para o Senado, atrás de Renan Calheiros (33%) e à frente de Alfredo Gaspar (23%) e Davi Filho (22%). Em um cenário com a presença do prefeito de Maceió, JHC, Lira registra 25%, contra 30% de Renan e 24% do gestor da capital.
A pesquisa entrevistou 2.482 eleitores em 40 municípios alagoanos entre os dias 5 e 15 de julho. A margem de erro é de 3,5 pontos percentuais, com intervalo de confiança de 95%.
Redação C/ Jornal Alagoas
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