A decisão do governo dos Estados Unidos de aplicar sanções ao ministro Alexandre de Moraes com base na Lei Global Magnitsky provocou forte reação. Em vídeo publicado nesta quarta-feira (30), o líder do PT na Câmara dos Deputados, Lindbergh Farias (RJ), classificou a medida como um “ataque ao Brasil” e denunciou o envolvimento do deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) na articulação das sanções, chamando-o de “canalha” e “traidor da pátria”.
A repercussão do caso vem crescendo desde que Washington anunciou as sanções financeiras contra Moraes, uma das figuras centrais do combate aos ataques à democracia brasileira e relator das ações contra Jair Bolsonaro (PL) no Supremo Tribunal Federal (STF). Trata-se da primeira vez em que um magistrado brasileiro é enquadrado na legislação americana, originalmente criada para punir violações de direitos humanos e corrupção.
“Vergonha o que esse Trump está fazendo com os Estados Unidos. Isso não é mais uma democracia. É um projeto autoritário”, disse Lindbergh, em tom incisivo. “Quero dizer aqui que hoje o Brasil inteiro é o ministro Alexandre de Moraes. O ataque ao ministro não é um ataque pessoal. É um ataque ao país, à nossa soberania, à nossa democracia, ao Poder Judiciário independente”.
A fala do deputado petista aponta para uma tentativa de mobilizar solidariedade institucional e política em defesa de Moraes, num momento em que a relação entre os governos brasileiro e norte-americano atravessa forte turbulência. “Ministro Alexandre de Moraes, nossa solidariedade. Hoje todo o Brasil é o ministro Alexandre de Moraes nesta luta, na defesa das nossas instituições e da nossa democracia”, declarou.
Lindbergh também foi contundente ao criticar o envolvimento da família Bolsonaro na iniciativa norte-americana. “Que vergonha essa família Bolsonaro. Traidores da pátria. Eduardo Bolsonaro canalha, conspirando contra o Brasil, contra as instituições nacionais”, afirmou.
Sanção sem precedentes – A inclusão de Moraes na lista de sanções da Lei Magnitsky é um movimento inédito e sinaliza uma mudança de postura da gestão Trump em relação ao Brasil. A legislação prevê o bloqueio de bens nos EUA, o impedimento de realizar transações em dólar com instituições financeiras globais e outras restrições severas. A medida se soma a outras ações recentes da Casa Branca contra o Brasil, como o aumento de tarifas comerciais e a restrição de vistos a autoridades do Judiciário.
Aliado próximo de Jair Bolsonaro, Eduardo Bolsonaro atuou diretamente, junto ao comentarista Paulo Figueiredo, para pressionar a administração norte-americana a adotar sanções contra o STF. O clã Bolsonaro acusa Moraes de liderar uma suposta perseguição política contra o ex-presidente e seus apoiadores, tese amplamente rechaçada por juristas, imprensa e autoridades brasileiras.
A resposta do governo brasileiro, até agora, tem sido cautelosa, mantendo o foco na defesa da soberania nacional e evitando o acirramento da crise diplomática.
Fonte: Brasil 247
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