A imprensa brasileira parece ter sido tomada por um tema único desde a noite do último domingo: a cadeirada de José Luiz Datena, do PSDB, no ex-coach Pablo Marçal, do PRTB, ambos candidatos à prefeitura de São Paulo. Aparentemente, o tema rende cliques, engajamento e monetização, na lógica perversa das redes sociais.
No entanto, do ponto de vista político-eleitoral, trata-se de um não assunto. Conversei com dirigentes de institutos de pesquisa, comandantes de campanhas políticas em São Paulo e estou seguro de que as próximas pesquisas irão mostrar os dois atuais líderes nas pesquisas, Guilherme Boulos, do Psol, e o prefeito Ricardo Nunes, do MDB, isolados na liderança, e talvez em empate técnico, como já era a tendência do último Datafolha, que trouxe Nunes com 27%, Boulos com 25% e Marçal com apenas 19%.
Marçal, como diz meu amigo Renato Aroeira, já cansou com seu método violento de agredir e lacrar, em busca de cortes nas redes. Datena, que já não ia a lugar algum com sua candidatura, não será impulsionado por um ato de violência e descontrole emocional. Os trackings, levantamentos diários das campanhas, não podem ser divulgados, mas os especialistas apostam que Marçal irá cair ainda mais, sem que isso beneficie Datena. A tendência é que a disputa se afunile entre Nunes e Boulos. As baixarias protagonizadas pelos personagens do mundo cão da internet e da televisão não chegarão ao poder em São Paulo.
Redação com Brasil 247