Anadia/AL

12 de janeiro de 2025

Anadia/AL, 12 de janeiro de 2025

Em reunião, Lula cobra ministros por marca do governo e pede inflação baixa

Reunião / 10:37 hs

ABN - Alagoas Brasil Noticias

Em 8 de agosto de 2024

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Foto: Ricardo Stuckert/PR.

Por: Lucas Borges Teixeira 

O presidente Lula (PT) cobrou nesta quinta (8) que os ministros ajudem a criar uma marca, para que o terceiro mandato “não seja qualquer governo”.

O que aconteceu

O presidente abriu a segunda reunião ministerial do ano no Palácio do Planalto nesta manhã. Ele elogiou índices econômicos, voltou indicar que a inflação ser ainda mais baixa, pediu “cautela” nas relações do governo com as trocas das presidências no Congresso no ano que vem e disse que não pretende fazer reforma ministerial.

“A gente não pode terminar o mandato sendo apenas mais um governo”, disse Lula aos ministros. “Sai um governo e entra outro governo e as coisas não avançam muito. Todo mundo tem tarefa determinada, todo mundo tem seu PAC, sua função. Temos que fazer cada vez mais.”

A avaliação do governo é que já está na hora de imprimir uma marca. Até então, a gestão tem sido marcada pela reconstrução do legado deixado por Jair Bolsonaro (PL), mas aliados já dizem que falta ao terceiro governo de Lula um rosto próprio, como foi o Bolsa Família no mandato anterior.

O presidente também disse que não pretende fazer mudanças no corpo ministerial, mas citou as eleições no Legislativo como um foco de atenção. “Temos uma Câmara que vai trocar de presidente, um Senado que vai trocar de presidente, e tudo isso tem que ter muita cautela para que não tenha nenhuma incidência no funcionamento do governo”, ponderou.

Como tem feito, Lula elogiou a política econômica do governo. “Nossos números são todos positivos, apesar de uma crise internacional, que o dólar vem causando no mundo inteiro. A gente se mantém muito equilibrado”, disse.

O presidente afirmou que a inflação está “equilibrada”, mas tem de seguir baixa. “Eu sei o que é devastador a inflação na vida do trabalhador. É por isso que para nós inflação é um fator importante. Quanto mais baixa, melhor para a sociedade brasileira”, afirmou.

Lula abordou ainda a PEC da Segurança Pública, que deverá ser enviada ao Congresso. “A gente não pode brincar de fazer segurança pública”, disse. O texto inicial foi apresentado a ele pelo ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, na última quarta (7), em reunião com oito ministros que também foram governadores de estado. Agora, a proposta deverá ser debatida com “membros da sociedade civil”, governadores e lideranças da Câmara e do Senado antes de ir para o Legislativo.

De olho nos próximos 2 anos

A reunião deve apontar para o futuro. Diferentemente do primeiro e único encontro neste ano, em março, quando cada ministro expôs as realizações da sua pasta, este encontro vai voltado ao que os gabinetes pretendem entregar até o fim do governo, em especial após o anúncio do corte de R$ 25,9 bilhões na proposta de orçamento do ano que vem.

Lula anda insatisfeito com o ritmo de entregasEle tem cobrado ministros por agilidade e menos anúncios de investimento e mais resultado prático das realizações. Considerando que o segundo semestre de 2026 é eleitoral, o governo considera que entrou nos últimos dois anos.

Estão previstas falas rápidas. Cada ministro deverá fazer sua exposição em 5 minutos —tempo que, se sabe, nunca é respeitado— com exceção da cúpula do governo, como Rui Costa (Casa Civil), que fala de PAC; Alexandre Padilha (Relações Institucionais), que tratará das prioridades no Congresso; Fernando Haddad (Fazenda), com a estratégia econômica; e o próprio Lula e seu vice, Geraldo Alckmin (PSB).

Lula quer menos promessas e mais ações. Segundo pessoas do Planalto, embora os ministros devam apontar para o futuro, o presidente deverá cobrar ações concretas. Tanto em reuniões como publicamente, o petista tem repetido que só se deve anunciar o que vai ser entregue.

Também devem ser apresentadas previsões. Auxiliares de ministros dizem que as pastas devem entregar ao presidente não só o que deverá ser feito, mas quando. O objetivo é que Lula alinhe sua agenda a estes lançamentos pelo país —algo que já estava planejado para este ano, mas não tem acontecido.

Tudo isso tem de ser feito sob a luz do corte de gastos. Lula deverá reforçar a necessidade de seguir a meta fiscal e apontar, junto à equipe econômica, que as pastas terão de se virar para seguir com investimentos sociais e de crescimento mesmo com a redução de quase R$ 26 bilhões no orçamento.

*Redação com Uol

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