Anadia/AL

15 de setembro de 2024

Anadia/AL, 15 de setembro de 2024

‘Encurralado pela justiça’: imprensa internacional repercute ato de Bolsonaro na Paulista

ABN - Alagoas Brasil Noticias

Em 26 de fevereiro de 2024

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(Foto: Paulo Pinto/Agência Brasil)

De acordo com o Monitor do Debate Político no Meio Digital, da Universidade de São Paulo (USP), o ato de apoio do bolsonarismo conseguiu reuniu 185 mil pessoas em seu ápice. O levantamento foi feito a partir de 43 fotos tiradas entre às 15h – horário aproximado da chegada do ex-presidente, agora inelegível – e às 17h, quando ele foi embora, e analisadas por um software. Embora grande, a manifestação acabou sendo menor do que a esperada por Bolsonaro e esvaziada de grandes nomes.

“Foi abaixo do público que eles pretendiam, que era entre 500 mil e 700 mil, mas foi uma demonstração de força”, observou o cientista político Rudá Ricci ao Brasil de Fato. Além disso, apesar da presença de figuras carimbadas da extrema-direita brasileira, nove dos 13 governadores eleitos com apoio dos bolsonaristas não compareceram à manifestação: Cláudio Castro (RJ), Ratinho Jr (PR), Mauro Mendes (MT), Wanderley Barbosa (TO), Gladson Cameli (AC), Antonio Denarium (RR), Ibaneis Rocha (DF), Wilson Lima (AM), Marcos Rocha (RO) e Eduardo Riedel (MS).

Bolsonaro reforçou provas contra ele – O que foi comentado pelo El País. “Cerca de 185 mil fiéis, segundo uma contagem de acadêmicos, apoiaram-no juntamente com quatro governadores aliados e dezenas de parlamentares. Três dias depois de permanecer em silêncio ao ser questionado pela polícia sobre a suposta trama golpista, Bolsonaro queria uma foto de multidão para rebater o que considera uma perseguição judicial”. O jornal também comentou a contradição do discurso do ex-presidente que deu explicações confusas sobre a acusação de tentativa de golpe, justificando que não havia “tanques nas ruas”.

“Bolsonaro ignorou que no século 21 os golpes são perpetrados distorcendo as leis”, rebateu o jornal. A mesma fala, de acordo com a Polícia Federal neste domingo, reforçou a linha de investigação de que houve uma trama golpista. Durante ela, Bolsonaro questionou “agora o golpe é porque tem uma minuta de decreto de estado de defesa. Golpe usando a Constituição? Tenha paciência”. Para os investigadores, essa afirmação indica que o direitista sabia da existência das minutas de roteiro para mantê-lo no poder e impedir a posse de Lula. Segundo informações da Folha de S. Paulo, o ato entrará no contexto de toda a investigação sobre a trama.

O francês Le Monde também comentou que a multidão bolsonarista, como esperado, estava lá. “Mas longe do entusiasmo das mobilizações anteriores. Sob um lindo sol, os rostos permaneceram fechados, e as palavras eram controladas. O medo de serem presos por convocarem um golpe é real entre esses bolsonaristas que agora seguram seus ataques contra os odiados juízes do Supremo Tribunal Federal”, avaliou. Além de comedidos, o veículo antecipou que, com o avanço das investigações e das provas, a extrema-direita já se articula em torno de um “bolsonarismo sem o próprio Bolsonaro”.

Outras repercussões – “Já condenado a oito anos de inelegibilidade pelos seus ataques ao sistema de votação eletrônica do Brasil, poderá o ‘capitão’ ver a sua cavalgada política terminar atrás das grades? Na extrema direita, alguns já parecem estar preparando a sucessão e imaginando um bolsonarismo sem Bolsonaro. O candidato mais sério continua sendo o ex-ministro e atual governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas. Presente no Paulista, ele prestou homenagem ao ‘amigo’ e ex-presidente”, disse a reportagem.

O Le Monde ainda chamou atenção para as bandeiras de Israel “quase tão numerosas quanto as do Brasil”. Ao noticiar o ato, o jornal britânico Daily Mail enumerou as acusações contra Bolsonaro, investigado não apenas pela trama golpista. “Ele enfrenta diversas outras investigações, como a falsificação de certificados de vacinação contra a covid-19, ou a suposta apropriação indébita de presentes recebidos de outras nações, como jóias oferecidas pela Arábia Saudita. Em junho, o tribunal eleitoral proibiu Bolsonaro de concorrer ao cargo até 2030 devido aos seus ataques ao sistema eleitoral”, listou.

Já o também britânico Independent ressaltou o fascismo de seus apoiadores. “O evento mostrou que a mensagem de Bolsonaro ainda ressoa entre muitos brasileiros, alguns dos quais evidentemente são a favor de qualquer tentativa de golpe que o coloque no poder. Um homem desfilou com chapéu militar e gritou: ‘Brasil, nação, salve nossas forças. As Forças Armadas não dormiram!’”, escreveu.ão dormiram!’”, escreveu.

*Redação com Brasil 247

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