Segundo ele, em comunicado neste sábado (12), a empresa não tem previsão de retomada total do fornecimento de energia na Grande SP. “Não é questão de não saber e não passar. E não quero colocar uma expectativa que seja frustrada. (…) A gente tem consciência do transtorno causado por eventos como esse e sabemos da nossa responsabilidade”, disse.
E completou: “Vamos trabalhar de forma incansável para reconectar todos os nossos clientes”. De acordo com o g1, mais de 1,6 milhão de clientesainda estão no escuro devido ao temporal ocorrido na noite dessa sexta-feira (11) em cidades do Estado de São Paulo.
Em coletiva, a Enel informou que o tempo foi um “evento climático extremo”, responsável por provocar o desligamento de 17 linhasde alta tensão. Até a manhã deste sábado, cinco haviam sido plenamente reestabelecidas. Além disso, 11 subestações de energia foram desligadas, oito delas religadas.
Há moradores que já totalizam mais de 18 horas sem luz. Conforme a Folha de São Paulo, as áreas mais atingidas foram as zonas oeste e sul do da Capital, além de municípios como Taboão da Serra, Cotia, São Bernardo, Santo André e Diadema.
A concessionária explicou ainda que as rajadas de vento”entraram” pela zona oeste e, depois, passaram pela zona sul, onde houve o maior número de estragos.
Disponibilização de geradores
Lencastre também afirmou que a empresa disponibilizou 500 geradores para atender hospitais e estabelecimentos que estão sofrendo com a falta de luz há mais de 17 horas na região de concessão, além de ter dois helicópteros da empresa sobrevoando as linhas de transmissão para identificar eventuais problemas.
“A meta é reestabelecer todos os clientes o mais rápido possível, mas temos que trabalhar com as informações que temos, e ainda temos muitas informações chegando”, disse.
A Enel argumenta que, apesar do tamanho da destruição, está mais preparadado que na tragédia de 2023, quando clientes ficaram mais de uma semana sem luz.
A empresa mobilizou 1.600 técnicose deve chegar a 2.500 até o fim do dia. Também sublinhou que trouxe para São Paulo equipes do Ceará e do Rio de Janeiro, além de pedir ajuda de concessionarias vizinhas.
Tragédia
Durante o temporal, além da falta de energia, uma árvore caiuem uma feira na rua Professor Nina Stocco, em Campo Limpo, zona sul, atingindo duas pessoas. Uma vítima teve o óbito constatado pelo médico do Samu no local. A outra foi socorrida ao pronto-socorro da região.
Em Bauru, interior do Estado, outras três pessoas e um cachorromorreram por volta das 18h após serem atingidos por um muro que colapsou com a força do vento e da chuva no bairro Samambaia, de acordo com a Defesa Civil.
Na Grande São Paulo, uma pessoa morreu em Diadema, de acordo com a Defesa Civil, atingida por uma árvore, e outra ficou ferida por um galho. Já em Cotia, duas pessoas morreram após o desabamento de um muro. Elas chegaram a ser socorridas inconscientes e em estado grave, mas não resistiram. Uma terceira vítima sofreu escoriações e passa bem.
Guilherme Lencastre enfatizou ser preciso investir na poda de árvores. ” As redes no Brasil são majoritariamente aéreas, e estão suscetíveis a esses eventos climáticos extremos. Precisamos trabalhar para que a resiliência seja maior. Isso requer investimento, mas também aumentar o número de podas, que dobramos do ano passado para cá”.
Ao mesmo tempo, detalhou: “Tem capacitação de profissionais também, melhorar os canais de comunicação com os clientes e com as prefeituras. Mas eu não posso dizer que vai estar resolvido hoje, porque esses eventos vão continuar acontecendo”.
O que diz a Aneel
A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) intimou a Enel para que apresente justificativas e proposta de adequação imediatado serviço diante dos apagões e ocorrências registradas na última sexta-feira 11, e neste sábado, 12, na capital paulista.
A agência afirmou, em nota à reportagem, que os diretores da instituição vão analisar a proposta da empresa. Caso a Enel “não apresente solução satisfatória e imediata da prestação do serviço”, a agência vai instaurar”processo de recomendaçãoda caducidade da concessão junto ao MME”.
Redação com Diário do Nordeste