“Os Países Baixos propuseram reavaliar o acordo de associação entre a União Europeia e Israel, em particular o cumprimento do artigo 2, que determina que ambas as partes — Europa e Israel — devem respeitar os direitos humanos”, declarou Jean-Noël Barrot à rádio France Inter.
“Apresentamos nosso apoio a essa iniciativa, e faço um apelo à Comissão Europeia para que conduza essa análise, examine essa solicitação e determine se Israel cumpre ou não esse artigo, se respeita ou não suas obrigações em matéria de direitos humanos”, afirmou.
O chanceler francês acrescentou que, caso fique comprovado o descumprimento, a implementação do acordo pode ser suspensa, com impactos diretos no comércio entre as partes. “Nem Israel, nem a União Europeia, têm interesse em encerrar esse acordo. Mas (…) as imagens que chegam de Gaza, a situação dos civis, das mulheres e das crianças, nos obrigam a avançar um passo além”, disse.
Entrada de caminhões com ajuda humanitária é “totalmente insuficiente”
Barrot também classificou como “totalmente insuficiente” a decisão de Israel de permitir a entrada de alguns caminhões com ajuda humanitária na segunda-feira. “Tudo isso precisa parar. (…) Não podemos nos contentar, não podemos desviar os olhos do sofrimento dos palestinos em Gaza. A ajuda humanitária deve ser imediata, massiva e sem qualquer obstrução”, pediu o ministro.
Palestinos choram seus familiares mortos em um bombardeio israelense na Faixa de Gaza, no necrotério do Hospital Al-Aqsa, em 20 de maio de 2025. © AP/Abdel Kareem Hana
O partido de esquerda radical França Insubmissa (LFI) anunciou ainda, nesta terça-feira, a apresentação de uma proposta de resolução europeia para denunciar o acordo de associação entre a UE e Israel.
Palestinos choram seus familiares mortos em um bombardeio israelense na Faixa de Gaza, no necrotério do Hospital Al-Aqsa, em 20 de maio de 2025. © AP/Abdel Kareem Hana
Ofensiva israelense “ameaça chance de paz”, alerta Catar
Nesta terça-feira, a Defesa Civil da Faixa de Gaza informou que 44 pessoas morreram em novos bombardeios no território palestino, onde o Exército israelense intensifica sua ofensiva militar.
O Catar, que atua como mediador entre Israel e o movimento islâmico palestino Hamas, afirmou que essa escalada compromete “qualquer chance de paz” em um território já mergulhado em catástrofe humanitária.
Netanyahu acusa líderes ocidentais de “recompensar” Hamas
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, reagiu rapidamente à condenação da ofensiva militar de Israel em Gaza feita pelos líderes do Reino Unido, Canadá e França, acusando-os de oferecer uma “recompensa imensa” ao Hamas.
“Ao pedirem que Israel encerre uma guerra defensiva pela nossa sobrevivência antes que os terroristas do Hamas na nossa fronteira sejam eliminados, e ao exigirem a criação de um Estado palestino, os líderes de Londres, Ottawa e Paris estão oferecendo uma imensa recompensa pelo ataque genocida de 7 de outubro contra Israel, além de incentivarem novas atrocidades desse tipo”, declarou Netanyahu em comunicado, referindo-se ao ataque do Hamas que desencadeou a guerra em Gaza.
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“Israel apoia a visão do presidente Trump e conclama todos os líderes europeus a fazerem o mesmo. A guerra pode acabar amanhã se os últimos reféns forem libertados e o Hamas depuser as armas. Nenhuma nação pode aceitar menos do que isso — e Israel certamente não aceitará”, conclui a nota.
França, Canadá e Reino Unido, em uma declaração conjunta rara e incisiva feita na segunda-feira, exigiram que Israel permita a entrada de ajuda humanitária em Gaza e criticaram a nova ofensiva terrestre israelense, ameaçando com “ações concretas”, apesar do afrouxamento parcial do bloqueio à entrada de ajuda no enclave palestino.
Fonte: RFI
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