Colunista Juliana Dal Piva
Em audiência de acareação entre o tenente-coronal Mauro Cid e o coronel Marcelo Câmara no Supremo Tribunal Federal, a defesa de Câmara admitiu que foi o ex-presidente Jair Bolsonaro quem pediu o monitoramento do ministro Alexandre de Moraes, relator do caso. Segundo Câmara, o objetivo seria “acertar agendas”. Ele negou participação e conhecimento do Plano Punhal Verde Amarelo que, segundo a PF< previa o assassinato do ministro, do presidente Lula e do vice-presidente Geraldo Alckmin.
“A defesa do réu Marcelo Câmara solicitou que fosse esclarecido que em relação ao segundo momento, monitoramento no final de dezembro, não há nenhuma relação com a citada operação “Punhal Verde e Amarelo” e esse monitoramento foi solicitado diretamente pelo ex-presidente Jair Messias Bolsonaro”, informa a ata da acareação.
Cid e Câmara trocaram mensagens, no fim de 2022, sobre o paradeiro de Moraes. Cid já havia informado anteriormente que isso ocorreu a pedido de Bolsonaro. Segundo Câmara, o ex-presidente queria saber se o ministro ia se encontrar com o então vice-presidente Hamilton Mourão, agora senador.
Câmara também tentou alegar que o uso do termo “professora” para se referir ao ministro partiu de Cid e que o uso de “codinome” não tinha “nenhum objetivo escuso” e que faz parte do “linguajar” dos militares.
Conversas em dezembro de 2022
Em uma troca de mensagens entre Cid e Câmara, em 15 de dezembro de 2022, Câmara aponta que estava acompanhando a localização de Moraes. Eles se referiam ao ministro pelo codinome de “professora”.
MARCELO CÂMARA envia uma mensagem a MAURO CID: ‘Trabalhando’. Às 16h12, MAURO CID pergunta: ‘Algo?’. No dia seguinte, CÂMARA encaminha mensagem com o itinerário de uma pessoa: ‘Viajou para São Paulo hoje (15/12), retorna na manhã de segunda-feira e viaja novamente pra SP no mesmo dia. Por enquanto só retorna a Brasília pra posse do ladrão. Qualquer mudança que saiba lhe informo”, finalizou Câmara.
Dias depois, em 21 de dezembro de 2022, eles voltaram a conversar sobre o deslocamento do ministro.
Nos dias 21.12.22 e 24.12.22 MAURO CID questiona novamente MARCELO CÂMARA: ”Por onde anda a professora?’. CÂMARA responde confirmando a localização em São Paulo e informa: ”Volta no dia 31 a noite para posse’. Questionado por MAURO CID se ‘Na capital ou no interior?’, CÂMARA responde: ‘Na residência em SP eu não sei onde fica’.
Redação C/ ICL Notícias
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