Por Guilherme Amado e Eduardo Barreto
O procurador-geral da República, Paulo Gonet, tem dito a auxiliares que apresentará uma denúncia contra Jair Bolsonaro após o segundo turno das eleições municipais, que será no próximo dia 27. Gonet analisa dois inquéritos em que a Polícia Federal (PF) indiciou o ex-presidente pela suposta venda indevida de joias sauditas e pela suposta fraude em cartões de vacina.
Gonet avalia que denunciar Bolsonaro durante a campanha influenciaria diretamente as eleições. O partido do ex-presidente é o maior da Câmara e lançou candidatos nas maiores cidades do país.
A PF concluiu dois inquéritos contra Bolsonaro neste ano e apontou crimes do ex-presidente e de aliados. Em março, a PF indiciou Bolsonaro por associação criminosa e inserção de dados falsos em sistema público para falsificar cartões de vacina contra a Covid. Em julho, Bolsonaro foi indiciado por peculato, associação criminosa e lavagem de dinheiro na apropriação indevida de joias milionárias presenteadas ao governo brasileiro.
A Procuradoria-Geral da República (PGR) analisa por quais crimes denunciará Bolsonaro ao STF. Integrantes do gabinete de Gonet defendem que os dois inquéritos sirvam de base para uma só denúncia criminal.
O caso das joias sauditas ganhou um novo capítulo em agosto, após o indiciamento de Bolsonaro pela PF. O Tribunal de Contas da União (TCU) mudou seu entendimento e definiu que “não existe norma clara” na legislação sobre quais presentes os presidentes devem incorporar ao patrimônio público.
Na última quarta-feira (2/10), o advogado de Bolsonaro Frederick Wassef pediu ao STF o encerramento das investigações, alegando que a conclusão da PF foi baseada em uma decisão modificada pelo TCU.
Redação com Metrópoles