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Por: Eduardo Passos
Crises econômicas, covid-19 e mudanças políticas tornaram a última década desafiadora para as montadoras com fábricas no Brasil. Algumas, como Ford e Mercedes-Benz, simplesmente abandonaram a produção nacional de carros, enquanto outras diminuíram as operações. Mas a infraestrutura ociosa seguiu intacta, e marcas chinesas que devem se instalar por aqui se mostram interessadas.
Dois exemplos disso se concretizarão ainda em 2025, com a BYD assumindo a antiga planta da Ford, em Camaçari (BA), e a GWM dando a partida na sua linha em Iracemápolis (SP), onde havia a fábrica da Mercedes. Mas também há a GAC Motors, uma outra gigante chinesa que já confirmou sua estreia no país em 2025 e trabalha para definir onde será sua fábrica brasileira.
Segundo UOL Carros apurou, falta pouco para o martelo ser batido, e os executivos da marca estariam divididos entre ‘sobras’ de montadoras tradicionais. A informação também foi reportada por jornais chineses como o Baxi Huaren Wang, que mantém correspondentes de negócios em São Paulo. O portal especificou que a GAC estaria dividida entre a fábrica da Honda, em Sumaré (SP), e da Toyota, em Indaiatuba (SP).
A fábrica da Toyota em Indaiatuba está em processo de desativação, com a empresa concentrando sua linha de montagem na unidade de Sorocaba (SP). Em Sumaré, a Honda fabrica somente peças e motores, e os executivos já declaram anteriormente que a ociosidade da planta em Itirapina (SP), capaz de entregar 120.000 carros por ano, era um problema pendente.
Consultada por UOL Carros, a Toyota negou a informação e disse que “não teve qualquer conversa com a GAC sobre a destinação da fábrica de Indaiatuba”. A Honda, por sua vez, se limitou a dizer que “não confirma negociações envolvendo suas unidades fabris de automóveis.”
Outra comodidade oferecida por fábricas em São Paulo é o acesso fácil a estradas amplas e a proximidade de um parque avançado de fornecedoras e parceiras técnicas. No caso da GAC, ainda há a proximidade com a Unicamp, que será uma das suas parceiras de pesquisa no Brasil junto às Universidades Federais de Santa Catarina e Santa Maria (RS).
As universidades assinaram um convênio de R$ 120 milhões para contribuir no desenvolvimento de motores flex e na homologação de lançamentos. A GAC já garantiu que sete carros estrearão no mercado nacional ainda nesse ano. O plano de médio prazo prevê carros elétricos, híbridos e modelos flex, divididos também em submarcas como a Aion.
Outra fábrica que atualmente está ociosa é a da Caoa Chery em Jacareí (SP). A unidade foi inaugurada em 2014, quando ainda não havia acordo da Chery com o grupo brasileiro, e tem capacidade de 50.000 carros por ano.
Em 2022, a produção foi interrompida sob a alegação de que haveria atualizações para fabricação de carros elétricos no Vale do Paraíba. Isso, entretanto, nunca aconteceu, e a Caoa Chery acabou concentrando sua produção em Anápolis (GO), onde também atende à Hyundai.
Agora, o local deverá ser assumido pela dupla Omoda e Jaecoo, duas submarcas da matriz Chery e voltadas para vendas em mercados estrangeiros. Ainda no ano passado, o diretor de operações da Omoda Jaecoo no Brasil, Alex Wang, confirmou a UOL Carros que a negociação estava avançada. Mas ainda não há data de ocupação dos novos proprietários.
Redação com Uol
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