Por Edivaldo Junior
A próxima eleição para a Assembleia Legislativa de Alagoas caminha para ser uma das mais acirradas da história. E em meio a um cenário de dificuldades, partir na frente pode fazer diferença. Enquanto diversas siglas ainda enfrentam incertezas, a Federação Brasil da Esperança (PT, PV e PCdoB) avança e, hoje, desponta como uma chapa estruturada para buscar duas vagas, com possibilidade real de três.
O bloco, que atualmente ocupa duas cadeiras na ALE, vai para ao próximo pleito com uma chapa competitiva, bem distribuída entre os três partidos e com puxadores de votos já definidos. No PT, o deputado estadual Ronaldo Medeiros tenta a reeleição e divide o protagonismo com dois nomes de peso eleitoral: a vereadora de Maceió Teca Nelma e o ex-deputado e atual secretário de Estado, Judson Cabral.
No PCdoB, o principal nome é de Charles Hebert, que ficou na primeira suplência de vereador em Maceió e tem bom potencial de votos. Ele é primeiro suplente de Teca Nelma. Caso a vereadora seja eleita deputada estadual, Hebert assume o mandato na Câmara Municipal de Maceió, alinhando interesse político e empenho eleitoral.
O time do PV tem o deputado estadual Silvio Camelo, que também tenta renovar o mandato, e dois ex-deputados estaduais: Léo Loureiro e Davi Maia. Eles reforçam o grupo com experiência, capilaridade em Maceió e presença consolidada em bases do interior. Embora outros nomes devam complementar a lista, esses sete pré-candidatos já formam um time considerado competitivo, capaz de fazer duas vagas.Todos, exceto Hebert que teve quase 4 mil votos para vereador, foram candidatos a estadual em 2022. E juntos tiveram mais de 130 mil votos.
Votação individual para a ALE em 2022
Teca Nelma (PSD) – 13.650 votos
Judson Cabral (PT) – 6.810 votos
Davi Maia (União) – 26.697 votos
Léo Loureiro (MDB) – 28.005 votos
Silvio Camelo (PV) – 19.714 votos
Ronaldo Medeiros (PT) – 35.883 votos
Total somado: 130.759 votos
Com 27 vagas em disputa, a eleição de 2026 deve ser marcada por chapas pesadas e maior fragmentação, efeito direto das regras proporcionais e do crescimento de federações. Nesse cenário, partir com a chapa praticamente fechada é uma vantagem considerável. A avaliação nos bastidores é que PT, PV e PCdoB não apenas iniciam o processo eleitoral em posição confortável, como também ampliam suas chances de repetir — e até superar — o desempenho de 2022.
A Federação Brasil da Esperança entra na disputa com alinhamento interno, estratégia definida e capacidade de atrair votos suficientes para, no mínimo, assegurar a reeleição de seus dois deputados. Mas, se o desempenho dos puxadores confirmar as projeções atuais, a terceira vaga deixa de ser apenas possibilidade e passa a ser um objetivo factível.
Quociente
O desempenho da federação em 2022 dá pistas importantes sobre o potencial do bloco para 2026. Naquele pleito, o quociente eleitoral para deputado estadual em Alagoas ficou em 61.861 votos. Somados, PT, PV e PCdoB alcançaram cerca de 106 mil votos, distribuídos da seguinte forma:
PT — 72.248 votos (4,33%)
PV — 27.702 votos (1,66%)
PCdoB — 6.396 votos (0,38%)
Esse total garantiu duas vagas com relativa folga, pela média. A projeção para 2026 indica que o quociente deve subir para algo em torno de 65 mil a 70 mil votos, resultado de maior competitividade e da ampliação das chapas proporcionais.
A avaliação interna é que, com a formação atual, a federação amplie sua votação. As expectativas são de que Ronaldo Medeiros e Sílvio Camelo, superem votação de 2022 – juntos tiveram 55 mil e devem passar dos 60 mil com folga. A essa estimativa somam-se os puxadores de votos: Teca Nelma, Judson Cabral, Charles Ebert, Léo Loureiro e Davi Maia, que, em conjunto com os demais candidatos e os votos de legenda, podem agregar mais 80 mil a 120 mil votos. Se o grupo ultrapassar os 160 mil votos, a terceira vaga é certa.
Redação C/ Jornal de Alagoas

📚 Lançamento do número 03 da Revista da Academia Anadiense de Letras e Artes.

















