Por Marcelo Hailer
A deputada federal Fernanda Melchionna (PSOL-RS) humilhou a bolsonarista Júlia Zanatta (PL-SC) durante debate sobre o “PL do estupro” (PL 1904/24) ao apresentar uma série de argumentos e dados que desmontam as teses defensoras de tal matéria, deixando a parlamentar da extrema direita completamente sem reação.
Em determinado momento do debate, Júlia Zanatta começou a vociferar os típicos argumentos dos defensores do “PL do estupro”, que visa equiparar o aborto após a 22ª semana ao homicídio, com pena de 20 anos de cadeia, duas vezes maior do que a prevista para estupradores.
“Não tem nada de PL do estuprador, isso é uma mentira. Essas pessoas estão divulgando isso aí, querem aborto até nove meses. Querem o assassinato de bebês como se fosse um açougue”, declarou Júlia Zanatta.
O que se vê a seguir, com a resposta de Fernanda Melchionna, é uma completa humilhação, como raras vezes se vê em um debate televisivo, neste caso, promovido pela CNN Brasil nesta sexta-feira (14).
“De fake news a Júlia Zanatta e a extrema direita defendem, aliás são sempre contra criminalizar as fake news. Aliás, cometeu outra aqui. Júlia, eu estou grávida e estou muito feliz com a minha gravidez. Eu escolhi ser grávida e felizmente não fui vítima de estupro, não fui vítima de violência, não estou em uma situação desesperada no sentido de várias condicionantes da vida”, iniciou Fernanda Melchionna.
Em seguida, a deputada do PSOL desmonta a tese propagada por Júlia Zanatta e seus pares de que o objetivo é legalizar o aborto em todas as circunstâncias. “Ninguém defende o aborto até os nove meses e, ao mesmo tempo, o que se defende, não nessa lei, mas na sociedade, é tratar o tema do aborto como um tema de saúde pública e não como uma hipocrisia.”
“Nós não estamos debatendo a descriminalização do aborto, nós estamos debatendo a criminalização de vítimas do estupro, porque vocês colocam no projeto viabilidade fetal e vinte e duas semanas e pena de vinte anos, Júlia, para as meninas, para as mulheres e para os médicos e médicas. É a tentativa de criminalizar as mulheres e as meninas que já foram vítimas, e os médicos, impondo uma pena maior do que a pena do estuprador”, disparou Fernanda Melchionna.
Redação com Revista Fórum