Anadia/AL

31 de maio de 2025

Anadia/AL, 31 de maio de 2025

Final da Champions: PSG e Inter de Milão podem fazer até 18 jogos a menos que campeões da Libertadores

Discussão sobre calendário se acirra em momentos de decisão na Europa e também com troca de comando na CBF

ABN - Alagoas Brasil Noticias

Em 31 de maio de 2025

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SBT Sports

As mudanças no comando da CBF reacenderam, aparentemente com mais força, o debate sobre o calendário do futebol nacional. E a comparação com a realidade na Europa é inevitável às vésperas da decisão da UEFA Champions League entre Paris Saint-Germain e Inter de Milão, neste sábado (31). O Gato Mestre compilou os dados dos últimos cinco campeões da Libertadores, todos eles brasileiros, para analisar a diferença na quantidade e distribuição dos jogos.

Entra ano e sai ano, o calendário do futebol brasileiro segue sendo assunto – os grandes jogam muito e acabam sendo punidos por avançarem nas competições, os pequenos jogam pouco e alguns sequer atuam no segundo semestre –, mas com a posse do novo presidente da CBF, Samir Xaud, e de uma decisão europeia a caminho, as coisas esquentaram.

Há uma promessa do novo mandatário do futebol nacional em reduzir os estaduais, mas a comparação entre Brasil e Europa mostra diversos pontos a serem discutidos, como veremos a seguir.

A decisão de sábado

PSG e Inter chegam a Munique, na Alemanha, para a decisão da Champions League 2024/2025 com 57 e 58 jogos disputados nesta temporada, respectivamente. Adicionando a final deste sábado e, ao menos três jogos da Copa do Mundo de Clubes disputada no próximo mês, passarão dos 60 duelos. Se forem finalistas do mundial, farão até 69 partidas.

Entre eles há poucas diferenças. Os calendários de PSG e Inter são quase iguais, mudando apenas o números de clubes na 1ª divisão nacional de cada país (na França, são 18; na Itália, são 20) e na quantidade de jogos disputados nas respectivas copas nacionais ou mesmo fase em que esses clubes entram.

No geral, as copas na Europa são disputadas em jogos únicos de mata-mata (na Coppa Itália, somente a semifinal tem ida e volta) e os campeões ganham vaga na Liga Europa e não na Champions League.

No caso específico da França, a copa nacional é disputada por clubes amadores nas primeiras etapas – já houve mais de 7 mil times inscritos. E como os territórios Martinica, Guiana Francesa e o Taiti ainda pertencem ao país europeu, times desses locais também podem participar. Os clubes da elite entram apenas nas fases mais apuradas. Como se vê no gráfico acima, o PSG entrou em uma fase apurada, jogou seis partidas e acabou sendo campeão.

Também com um novo sistema de disputa, a Champions League está maior do que nas últimas temporadas, com oito jogos na primeira fase. O Paris ainda disputou um playoff antes das oitavas de final por ter se classificado na parte de baixo da tabela, diferente da Inter.

Realidade brasileira

Recém-empossado como presidente da CBF, Samir Xaud declarou que pretende reduzir os estaduais para, no máximo, 11 datas a partir de 2026. Isso já poderia mexer um pouco com a realidade de quem chega longe na Libertadores, mas nem tanto.

Em 2022, o Flamengo faturou a Liberta, a Copa do Brasil e realizou 79 partidas (veja abaixo quais foram), com quatro datas a menos teria feito, ainda assim, 75 confrontos – pelo menos seis a mais do que Inter e PSG podem fazer nesta atual temporada se decidirem a Copa do Mundo de Clubes.

  • Brasileiro: 38 partidas
  • Carioca: 15 partidas (11 na primeira fase, duas semifinais e duas finais)
  • Copa do Brasil: 10 partidas (duas na terceira fase, duas nas oitavas, duas nas quartas, duas na semi e duas na final)
  • Supercopa Rei: uma partida
  • Libertadores: 13 partidas (seis na primeira fase, duas nas oitavas, duas nas quartas, duas na semi e uma na final)
  • Mundial de Clubes: duas partidas (semifinal e decisão do terceiro lugar)
  • Total: 79 jogos

Apenas a título de comparação, último não brasileiro a vencer a Libertadores, o River Plate, em 2018, disputou naquela temporada 47 partidas oficiais entre o Campeonato Argentino, Copa Argentina, Supercopa e a própria Liberta decidida, na época, em dois jogos.

Na comparação com o velho continente, o PSG foi campeão da Copa da França jogando quatro vezes a menos do que um time brasileiro que está na Libertadores precisa, além, obviamente, de não ter nenhum estadual na conta – aliada à proposta de Xaud, nesse ponto seriam oito datas a menos para os grandes clubes.

Com essa diferença máxima de jogos disputados, de 79 para 61 (18), o Paris jogará até 29% de partidas a menos do que o Fla há três temporadas, 18% a menos que o Fluminense em 2023, 24% a menos que o Botafogo do ano passado (a lembrar que o Fogão jogou as fases preliminares da Liberta). Todos eles chegaram ao mesmo lugar: a decisão continental.

Lá também tem discussão

A disputa da Copa do Mundo de Clubes anda causando algumas polêmicas na própria Europa – Carlo Ancelotti, à época no Real Madrid, chegou a dizer que o clube não jogaria a competição.  Além de serem mais sete datas para eles, as férias e pré-temporada de meio de ano serão mais curtas, atrapalhando a organização para a temporada futura.

Na Inglaterra, clubes da elite classificados às fases apuradas da Copa da Inglaterra, Copa da Liga Inglesa e Champions League podem terminar a temporada com até 64 jogos disputados, mas lá a questão está focada mais na maratona realizada no fim do ano, entre Natal e Ano Novo. Na Espanha, o assunto ronda também os horários dos jogos, modificados para atender os mercado asiáticos.

A modernização do calendário do futebol brasileiro passa por muitos pontos, seja o aumento do número de jogos para clubes pequenos e sem divisão nacional, até a redução da participação dos grandes nos estaduais e não necessariamente redução desse tipo de competição. O exemplo vem dos 7 mil clubes da Copa da França e dos seis jogos que fizeram o PSG ser campeão neste ano.

Redação com  GE/ Globo 

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