Em um comunicado conjunto feita nesta segunda-feira, os líderes da França, Egito e Jordânia defenderam, durante um encontro no Cairo, que a Faixa de Gaza deve ser administrada exclusivamente pela Autoridade Nacional Palestina (ANP). Os chefes de Estado também condenaram qualquer tentativa de deslocamento forçado de palestinos e pediram um cessar-fogo imediato. A declaração acontece em meio à escalada na guerra desde que a trégua firmada entre as partes, cuja segunda fase deveria ter entrado em vigor no mês passado, foi suspensa. Desde então, Israel tem lançado amplos ataques contra Gaza, e já ocupa 50% do seu território.
Participaram do encontro o presidente francês Emmanuel Macron, o presidente egípcio Abdel Fatah al-Sisi e o rei da Jordânia, Abdullah II. Segundo o texto divulgado, a gestão de Gaza, bem como de todos os territórios palestinos, deve estar sob responsabilidade exclusiva da Autoridade Palestina “fortalecida por apoios regionais e internacionais”.
A Autoridade Palestina, liderada majoritariamente pelo Fatah, atualmente controla parte da Cisjordânia ocupada. O Fatah é a maior organização política e militar integrante da Organização para a Libertação da Palestina (OLP), uma confederação multipartidária que inclui vários grupos. Defensor de uma solução de dois Estados, o Fatah é rival do Hamas, que desde 2007 governa Gaza.
Macron, que chegou ao Egito no domingo à noite para uma visita de 48 horas centrada na crise em Gaza, reforçou que o grupo Hamas “não deve ter qualquer papel” na administração da Faixa. A posição foi reiterada no comunicado conjunto.
Durante a visita, Macron também coordenou uma ligação telefônica com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e os líderes de Egito e Jordânia, segundo informou a presidência francesa.
“Os três dirigentes discutiram com Trump formas urgentes de garantir um cessar-fogo em Gaza, além de restabelecer o acesso pleno à ajuda humanitária e promover a libertação de todos os reféns e detidos”, informou o governo francês em nota.
No comunicado, os três líderes reafirmaram ainda sua rejeição a qualquer deslocamento de palestinos de suas terras ou anexação de território, reforçando que essas ações violariam o direito internacional.
O plano de Trump para Gaza, apresentado no início de fevereiro, causou indignação internacional ao sugerir a transferência de palestinos para Egito e Jordânia, com a ideia de transformar o enclave em uma espécie de “Riviera do Oriente Médio”. Tanto o Egito quanto a Jordânia rejeitaram a proposta com veemência, apesar da pressão vinda de Washington.
Em entrevista coletiva após o encontro, Macron e al-Sisi também reforçaram a urgência de retomada da ajuda humanitária para os 2,4 milhões de habitantes de Gaza, a maioria dos quais está deslocada desde o início do conflito, em 7 de outubro de 2023, após o ataque do Hamas a Israel.
— O deslocamento forçado de civis e qualquer tentativa de anexação de Gaza ou da Cisjordânia [ocupada por Israel desde 1967] constituem uma violação do direito internacional e representam uma grave ameaça à segurança de toda a região, incluindo Israel — declarou Macron na coletiva.
O Globo
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