Anadia/AL

26 de abril de 2025

Anadia/AL, 26 de abril de 2025

Globo remete à escravidão, ataca fim da jornada 6×1 e Erika Hilton desmonta a “palhaçada”

Irmãos Marinho, que têm uma fortuna de US$ 9 bilhões - o equivalente a R$ 51 bilhões -, mentem ao dizer em editorial do jornal O Globo que fim da escala 6x1 acarretaria queda de 16% no PIB.

ABN - Alagoas Brasil Noticias

Em 23 de abril de 2025

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José Roberto, Roberto Irineu e João Roberto: os irmãos Marinho. Créditos: Divulgação / Globo

Por Plínio Teodoro

Assim como na época da abolição da escravidão, em que a burguesia bradava pelas páginas de jornais como O Estado de S.Paulo que a libertação dos negros escravizados causaria prejuízos à economia do país, O Globo, folhetim da família Marinho, divulgou um editorial em que classifica como “engodo” o fim da jornada de trabalho 6×1.

“Defensores do fim da jornada de 44 horas semanais — ou 6×1, com seis dias trabalhados e um de folga — ignoram (ou fingem ignorar) que a mudança teria consequências dramáticas para o crescimento e a geração de riqueza”, diz o clã Marinho no texto, que remete aos defensores do escravagismo.

Para justificar o discurso, o jornal diz que a redução da jornada de trabalho “para 40 horas, com duas folgas semanais, provocaria queda de 14,2% no PIB, com perda de 16 milhões de empregos e de R$ 102 bilhões em impostos”, citando um estudo da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg).

“Sem esse aumento, a queda no PIB chegaria a 16%, com perda de 18 milhões de empregos e de R$ 118 bilhões em impostos, destinados a investir em educação, segurança ou saúde”, diz o clã Marinho, traçando um cenário de terror com o direito a duas folgas semanais para os trabalhadores.

O editorial ainda faz uma comparação esdrúxula com a Coreia do Sul, afirmando que “o brasileiro trabalha muito menos que a média global”, sem qualquer embasamento em dados.

“Os países que reduziram a jornada com sucesso viviam conjuntura bastante distinta. A Coreia do Sul introduziu a semana de cinco dias em 2004. O novo sistema começou no setor público e nas empresas maiores antes de ser adotado pelas demais. De lá para cá, o desemprego se manteve abaixo dos 5%, mesmo durante a pandemia. Coreanos trabalham mais horas que empregados nos países ricos, mas dedicam cada vez menos tempo ao emprego. Como conseguem? A produtividade cresce a altas taxas. Três garçons coreanos dão conta de atender o mesmo número de mesas, trabalhando menos. Com isso, pode haver mais folgas. No Brasil, a situação é outra. Levando em conta férias e feriados, o brasileiro trabalha muito menos que a média global. Sem que se torne mais produtivo, não é hora de reduzir a carga ainda mais”, diz, sem escrúpulos, O Globo.

Segundo ranking divulgado pela revista Forbes no início de abril, o patrimônio de João Roberto, Roberto Irineu e José Roberto Marinho cresceu US$ 2,8 bilhões (cerca de R$ 16 bilhões na cotação atual) no último ano. Os herdeiros de Roberto Marinho contam com uma fortuna de US$ 9 bilhões – o equivalente a R$ 51 bilhões. No ano passado, o patrimônio total estava em US$ 6,2 bilhões (R$ 35,4 bilhões).

Erika Hilton desmonta

Responsável por levar a baneira e o projeto pelo fim da escala 6×1 ao Congresso Nacional, a deputada Erika Hilton (PSOL-SP) desmontou o que classificou como “palhaçada” do jornal da família Marinho.

“Cês viram esse editorial do Jornal O Globo dizendo que se a escala 6×1 acabar, o PIB vai cair 16%? Então, eles dividiram 100% por 6, o que dá 16%, e ‘concluem’ que, se os trabalhadores tiverem um dia a mais de folga, o PIB cai 16%. É sério. Vem entender melhor a palhaçada”, afirma em longo tuite na rede X.

A deputada contesta, primeiramente, o estudo que foi divulgado justamente pela Fiemg, uma associação patronal que defende os lucros dos empresários e industriários e não dos trabalhadores.

“Esse editorial se baseia num “estudo” da Fiemg. Entre aspas porque, na verdade, é só um slide show corporativo, quase sem fontes e referências bibliográficas, e com números inventados, como essa porcentagem do PIB. É um “estudo” tão frágil que O Globo sequer coloca o link do estudo no seu editorial. Porque é melhor ninguém conferir a informação”, diz a deputada.

Erika ainda ressalta que a família Marinho ainda mente ao dizer que a redução da jornada ocasionaria queda de 16% no PIB.

“Esses 16% são uma mentira da Fiemg, um número inventado. Justamente por essa metodologia de dividir 100% do PIB pelos dias de trabalho na escala 6×1, mas com uma enrolação pra ficar mais difícil de perceberem”, diz.

Em seguida, ela ressalta que, como entidade patronal, a Fiemg tem como “função, entre outras coisas, garantir que o trabalhador tenha menos direitos e as empresas ganhem ainda mais dinheiro explorando-os”.

“E eles produziram um “estudo” fictício, que ignora que a maior parte do PIB sequer é produzida por quem está na escala 6×1, ignora os benefícios que o fim da escala 6×1 traria ao PIB e que o fim da escala 6×1 pode até gerar MILHÕES de empregos”, afirma.

“É isso mesmo, as estimativas da Nota Técnica n° 85, do DIEESE (aqui trabalhamos com fontes), dizem que o fim da escala 6×1 pode gerar até 3,5 milhões de empregos. E, se a escala adotada for a 4×3, podem ser 6 milhões de novos empregos”, segue a deputada denunciando os “objetivos políticos” das “distorções que O Globo usou como fonte para seu editorial”.

“Estamos nos aproximando das movimentações do 1° de Maio, o Dia do Trabalhador, e, com isso, serão cada dia mais frequentes mentiras como essa, da Fiemg e do O Globo. Mas nós estamos aqui, atentas, prontas para desmenti-las e para lutar pelo FIM DA ESCALA 6×1. E assim seguiremos, sem nos constrangermos por editoriais de quem era contra, até mesmo, o 13°”, conclui.

Redação com Revista Fórum

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