Por Eduardo Attuch
O golpe de estado de 2016, travestido de impeachment, foi o capítulo mais vergonhoso da história republicana do Brasil. Sob a alegação falsa de “pedaladas fiscais”, a então presidenta Dilma Rousseff foi derrubada sem crime de responsabilidade, em um processo conduzido por políticos marcados por escândalos de corrupção, com o apoio de setores empresariais e midiáticos que nunca toleraram uma mulher honesta e firme no exercício do poder. Ali se rompeu o fio da legalidade democrática, e o Brasil passou a trilhar um caminho de retrocessos institucionais, sociais e civilizatórios.
Dilma, que já havia enfrentado a tortura nos porões da ditadura militar instalada no Brasil pelo imperialismo, foi golpeada novamente por interesses geopolíticos e econômicos que não admitiam um Brasil soberano, inserido nos BRICS e ativo em foros multilaterais. Em vez de se recolher após a violência política de 2016, ela fez o oposto: reconstruiu sua trajetória, denunciou com impressionante clareza de visão todos os retrocessos que ocorreriam e manteve o respeito e a admiração entre os maiores líderes do mundo.
Há uma semana, vimos uma amostra do preconceito recorrente de uma elite inculta e arrogante que insiste em atacar Dilma por ignorância ou má-fé. Em sua manifestação durante o funeral do Papa Francisco – em um momento que exigia sobriedade e respeito – Dilma destacou o papel religioso do pontífice, no sentido mais profundo do termo: aquele que religa a humanidade a valores essenciais, como a justiça, a compaixão e a paz. Foi imediatamente atacada por pessoas que sequer conhecem a origem da palavra religare. A ignorância, neste caso, foi apenas mais uma tentativa de silenciar uma voz que fala com o coração, com a história e com o conhecimento.
Mas o mundo gira. E gira rápido. Enquanto parte da elite brasileira permanece refém de sua burrice e de seus preconceitos colonizados, Dilma Rousseff se projeta como protagonista de um novo tempo. À frente do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), instituição financeira multilateral criada pelos BRICS, teve seu mandato renovado por mais cinco anos com apoio unânime dos países-membros. Conta com a total confiança do presidente Xi Jinping, que ontem visitou a instituição e lidera a resistência internacional ao unilateralismo agressivo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, reeleito para um segundo mandato em 2025.
Golpeada no Brasil, reverenciada no mundo, Dilma Rousseff segue sua jornada com dignidade e coragem. Sua história nos convoca a olhar para além das fronteiras estreitas do preconceito e da ignorância. Nos chama a compreender que, na disputa entre o velho mundo em colapso e o novo mundo em gestação, ela está — mais uma vez — no centro da História.
Redação com Brasil 247
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