♦️ Por Plínio Teodoro
Em representação assinada pelo presidente em exercício, Humberto Costa (PT-PE), o PT deu entrada nesta sexta-feira (14) com uma representação no Conselho de Ética da Câmara dos Deputados pedindo a cassação do bolsonarista Gustavo gayer (PL-GO) por quebra de decoro parlamentar.
A ação foi movida após uma série de ataques baixos e misóginos do deputado contra a ministra das Relações Institucionais Gleisi Hoffmann, que atingiram ainda Lindbergh Farias (PT-RJ) e o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (PSD-AP).
“De forma absolutamente descontrolada e insana, o Representado [Gayer] utilizou-se do seu perfil na rede social denominada X (antigo twitter), para promover ataques diversos e ofensas desarrazoadas, temperadas com afirmações agressivas e jocosas”, diz a representação, entregue ao presidente da Câmara, Hugo Motta.
Lindbergh e Gleisi namoram desde março de 2020. A ministra foi alvo de ataques misóginos por parte da horda bolsonarista após Lula dizer a Hugo Motta e ao presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), que colocou “essa mulher bonita para ser ministra das Relações Institucionais”.
“Num dos ataques desferidos, o Representado questionou se o Deputado Lindbergh Farias ‘iria aceitar que seu chefe ofereceu sua esposa’ para os presidentes da Câmara, Hugo Motta (Republicanos) e do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil), comparando, em desatino, a fala de Lula como a de um “cafetão que oferece uma ‘acompanhante’”, diz a ação.
“Infeliz”
Nesta quinta-feira (13), o líder do PL, Sóstenes Cavalcante deu uma justificativa surreal e chamou de “infeliz” a declaração de Gustavo Gayer, saindo em defesa do bolsonarista.
“Admito que essa manifestação sobre o trisal foi infeliz. Ele errou. Não só eu admito, como o próprio Gayer. Ele apagou o post e fez uma nota para explicar. Nós acabamos de conversar e ele me disse: ‘Não fui feliz na construção do texto e apaguei’. Ele mesmo assume”, disse Sóstenes ao O Globo.
Após isso, o líder do PL indicou que a sigla não vai tomar nenhuma providência contra o deputado e que, aqueles que tiverem “se sentido ofendidos”, que busquem o Conselho de Ética da Câmara e a Justiça.
Gayer fez a fala misógina logo após o presidente Lula dizer que colocou uma “mulher bonita” na articulação política porque queria ter uma boa relação com os presidentes da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB) e do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP). O objetivo era atacar o presidente, mas o “tiro saiu pela culatra”.
O presidente do Senado da República, Davi Alcolumbre (UB-AP), disse na tarde desta quinta-feira (13) que vai pedir a cassação do deputado federal bolsonarista após as postagens do parlamentar insultando de forma grotesca a ministra da Secretaria de Relações Institucionais da Presidência, Gleisi Hoffmann, assim como o acionará na Justiça comum, nas esferas cível e criminal.
Recuou
Diante da declaração de Alcolumbre, o bolsonarista recuou com as ofensas e disse que “não teve a intenção de ofender” o presidente do Senado. Em uma postagem no X, Gayer tentou justificar que seu objetivo era “apenas expor a hipocrisia da esquerda sobre a defesa das mulheres” e que em momento algum quis diminuir Alcolumbre.
No entanto, o bolsonarista havia feito uma publicação nas redes marcando o presidente do Senado: “Me veio a imagem da @Gleisi @lindberghfarias e o @davialcolumbre fazendo um trisal. Que pesadelo”, escreveu.
Gleisi se pronuncia
Gleisi se defendeu e foi às redes na manhã desta quinta-feira repudiar “os ataques canalhas de bolsonaristas, misóginos, machistas e de violência política”.
“Desprezam as mulheres. Não me intimidam nem me acuam. Oportunistas tentando desmerecer o presidente Lula. Gestos são mais importantes que palavras. Não teve e não tem outro líder como o presidente Lula que mais empoderou as mulheres. Não é qualquer líder que ousa lançar a primeira mulher presidenta do país, a primeira presidenta do PT, o que mais nomeou mulheres ministras, nas estatais, no BB, na CEF, no STM e outros tantos lugares”, escreveu a ministra da SRI.
A ministra ainda listou os atos misóginos de Jair Bolsonaro (PL) para refrescar a memória da mídia corporativista e da extrema direita.
“Que moral vocês tem? Vocês esqueceram das entrevistas, dos vídeos em que Bolsonaro agrediu as mulheres, estimulando a violência política e física, o preconceito, o machismo? Canalhas, respeitem a inteligência do povo brasileiro”, concluiu.
♦️ Revista Fórum