Anadia/AL

9 de julho de 2025

Anadia/AL, 9 de julho de 2025

Haddad critica 1% mais rico por fazer ‘inferno na internet’: ‘nós contra eles ou eles contra nós?’

Ministro da Fazenda condena desigualdade social no Brasil e rebate elite econômica por reação a políticas de redistribuição de renda

ABN - Alagoas Brasil Noticias

Em 9 de julho de 2025

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Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

A fala mais incisiva do ministro foi dirigida ao 1% mais rico da população brasileira, que, segundo ele, tem usado as redes sociais para atacar políticas de redistribuição de renda. “Como é razoável que 1% da população faça esse inferno na internet dizendo que nós estamos colocando ‘nós contra eles’? Nós quem? 99% contra 1%? Como assim?”, questionou. Haddad ampliou a crítica ao denunciar a injustiça fiscal: “Se eles não pagam nem o que nós pagamos… esse 1% não quer pagar nem o que os 99% pagam. Então, a pergunta é: nós contra eles ou eles contra nós?”

O ministro usou o momento para apontar a falta de equidade como um dos principais entraves ao crescimento econômico sustentável no Brasil. Segundo ele, o fenômeno conhecido como “voo de galinha” — ciclos breves e instáveis de avanço na economia — é consequência direta da baixa renda da maioria da população. “O voo de galinha acontece porque as pessoas não têm renda. Não têm renda”, enfatizou.

Haddad argumentou que o Brasil se destaca negativamente no cenário internacional devido à sua desigualdade. Citando um levantamento recente encomendado por sua equipe, afirmou: “O Brasil é mais desigual do que 47 países africanos, que a América Latina é o continente mais desigual do mundo. Nós estamos querendo corrigir.” Segundo o estudo, apenas sete dos 54 países africanos analisados apresentaram índices de desigualdade superiores aos brasileiros.

Apesar do retorno do país ao grupo das dez maiores economias do mundo, o ministro fez questão de destacar que o desempenho econômico não se reflete em justiça social. “Nós devemos comemorar o fato de que, de novo, nós estamos entre as dez maiores economias do mundo, de novo com o governo Lula, mas nós continuamos entre as dez piores economias do mundo do ponto de vista da igualdade social, da distribuição de renda”, declarou.

Ao encerrar sua participação, Haddad fez um apelo direto para que o Brasil enfrente seus problemas estruturais com coragem. “Olha, ou a gente começa a colocar o dedo nas feridas históricas do Brasil, eu estou falando de feridas de 500 anos.” A fala final sintetiza a visão do ministro: crescimento econômico, sem inclusão e equidade, é insuficiente para um país com as cicatrizes sociais do Brasil.

A entrevista reforça a disposição do governo em enfrentar os privilégios dos mais ricos e buscar uma agenda de justiça fiscal e inclusão social, mesmo diante da resistência de uma elite econômica que, nas palavras do ministro, “tem tanta influência no país pagando menos do que os 99%”.

Redação com Brasil 247

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