O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, alertou nesta quarta-feira (31) que a persistência de uma taxa de juros elevada, como a atual taxa Selic, pode ter um efeito negativo sobre o ritmo de crescimento econômico em 2025. Durante uma entrevista, Haddad destacou que, embora as altas da Selic sejam necessárias para conter a inflação, elas podem, ao longo do tempo, sufocar a atividade econômica, criando um cenário de desaceleração no próximo ano, aponta reportagem do jornal Valor Econômico.
O ministro se referiu ao impacto que uma política monetária restritiva pode ter sobre o consumo, o investimento e o mercado de trabalho. “O remédio da Selic alta, embora seja necessário para controlar a inflação, tem um efeito colateral. A economia, em 2025, será naturalmente mais lenta se a política de juros permanecer neste nível elevado”, afirmou. Para Haddad, o governo vem enfrentando um “excesso de remédio” para tratar a inflação, o que, segundo ele, é uma abordagem que pode gerar consequências indesejadas para o crescimento sustentável do país.
A manutenção de uma taxa de juros elevada pode gerar uma série de desafios adicionais para a gestão econômica do governo. Com a dívida pública ainda em patamares elevados, o custo da dívida também tende a ser impactado diretamente pela alta da Selic, o que gera uma pressão extra sobre as finanças públicas.
Especialistas em economia também apontam que, embora o controle da inflação seja uma prioridade, a persistência de juros elevados por um período prolongado pode agravar o cenário de estagnação econômica. O consumo das famílias, um dos motores do crescimento econômico, já apresenta sinais de desaceleração devido ao encarecimento do crédito, o que reduz a capacidade de compra das classes médias e baixas.
Além disso, a indústria brasileira, que enfrenta um cenário de custos elevados e um mercado interno mais fraco, pode ter dificuldades para se recuperar.
Em meio a esse cenário, o governo, por meio da Fazenda, busca alternativas para atenuar os efeitos negativos da alta da Selic sem abrir mão do compromisso com a estabilidade econômica. Haddad citou as iniciativas de desoneração tributária e o reforço de políticas de crédito externas para pequenos negócios como uma tentativa de aliviar a pressão sobre os setores mais vulneráveis da economia. No entanto, ele reforçou que, para alcançar um crescimento sustentado, é crucial que o Brasil tenha uma política monetária mais equilibrada.
* Brasil 247
Espaço Publicitário !
Mantea-se Informado(a).
Acesse o nosso Portal.
Curta & Compartilhe 👁️🗨️