Segundo um desses responsáveis, o Hamas “está, no entanto pronto para retomar as negociações” quando Israel “demonstrar seriedade para concluir um acordo de cessar-fogo” e sobre a liberação em troca de palestinos detidos por Israel dos reféns retidos em Gaza desde o ataque do Hamas contra Israel em 7 de outubro, que desencadeou a guerra.
O anúncio ocorre, segundo o Hamas, após ataques israelenses que mataram, no sábado, ao menos 92 palestinos no campo de deslocados de al-Mawasi, perto de Khan Yunis (sul), e, segundo a Defesa Civil, 20 mortos no campo de refugiados de al-Chati na Cidade de Gaza (ao norte). As vítimas são principalmente mulheres e crianças, de acordo com essas fontes.
Por sua vez, Israel indicou ter atacado no setor de Khan Yunis dois altos dirigentes do Hamas, Mohammed Deif e Rafa Salameh, respectivamente chefe da ala militar e comandante do Hamas em Khan Yunis, apresentados como “dois cérebros do massacre de 7 de outubro”.
“Terroristas”, alega Israel
“O ataque foi realizado em uma área cercada gerida pelo Hamas onde, segundo nossas informações, não havia nenhum civil”, defendeu-se o exército israelense, estimando que “a maioria das vítimas era de terroristas”.
No domingo, um alto responsável do Hamas informou à AFP sobre a decisão do movimento de se retirar das negociações indiretas para um cessar-fogo com Israel conduzidas por países mediadores – Catar, Egito, Estados Unidos – denunciando os “massacres” israelenses “contra civis desarmados”.
O chefe do escritório político do Hamas, Ismaïl Haniyeh, informou os mediadores e intervenientes regionais dessa decisão, acrescentou ele.
Outro alto responsável do movimento palestino anunciou que seu chefe militar, Mohammed Deif, estava vivo: ele “está bem e supervisiona diretamente as operações das brigadas al-Qassam (a ala militar do Hamas) e da resistência”, disse ele.
Na noite de sábado, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, chegou a anunciar que não havia “certeza” de que Mohammed Deif e Rafa Salameh haviam sido “eliminados”.
O conflito eclodiu em 7 de outubro após o ataque sem precedentes do Hamas no sul de Israel, que causou a morte de 1.195 pessoas, em sua maioria civis, segundo uma contagem da AFP a partir de dados oficiais israelenses.
Fonte: RFI