Anadia/AL

9 de outubro de 2025

Anadia/AL, 9 de outubro de 2025

Heróis brasileiros da flotilha desembarcam em Guarulhos

Os 13 ativistas que tentavam levar ajuda humanitária à Gaza chegaram no Brasil às 10h desta quinta

ABN - Alagoas Brasil Noticias

Em 9 de outubro de 2025

vv5

(foto: Divulgação / Global Sumud Flotilla)

Por: Otávio Rosso

Os 13 brasileiros que integravam a flotilha destinada a levar ajuda humanitária à Faixa de Gaza chegaram a São Paulo na manhã de quinta-feira (9), após enfrentarem uma semana de prisão e deportação por parte das autoridades israelenses. O grupo, que incluía nomes como o ativista Thiago Ávila, a deputada federal Luizianne Lins (PT-CE), a vereadora Mariana Conti (PSOL), de Campinas, e a presidente do PSOL no Rio Grande do Sul, Gabrielle Tolotti, foi recebido por cerca de 80 militantes no Aeroporto Internacional de Guarulhos, entre eles a deputada federal Sâmia Bonfim (PSOL-SP).

A chegada dos ativistas ocorre após eles terem sido detidos e mantidos em condições difíceis na prisão de Ktzi’ot, localizada no deserto do Negev, próximo à fronteira com o Egito. Após a deportação, o grupo foi transferido para a Jordânia, onde recebeu apoio das autoridades consulares brasileiras. De lá, embarcaram em um voo comercial, fazendo escala em Doha, no Qatar, antes de finalmente retornar ao Brasil.

Para custear as passagens de volta, o movimento Global Sumud lançou uma campanha de arrecadação. O Itamaraty, que interveio para garantir a liberação dos brasileiros, não arcou com os custos do retorno, e o PSOL assumiu as despesas de Mariana Conti e Gabrielle Tolotti, enquanto Luizianne Lins custeou sua própria viagem.

Em entrevista durante a recepção no aeroporto, Thiago Ávila afirmou: “Saímos há 31 dias para abrir um corredor humanitário para que as crianças de Gaza parassem de morrer de fome, mas fomos atacados e presos por sete dias. Saímos com o mesmo senso de justiça e dignidade”, disse, lembrando que seis ativistas continuam presos nas masmorras de Israel e destacando que milhares de palestinos são submetidos à colonização e apartheid pelo sionismo.Luizianne Lins afirmou: “A coisa mais importante que trazemos é que movemos corações e mentes no mundo inteiro. É importante denunciar cada vez mais o genocídio em Gaza. São 80 anos de resistência e 18 anos de bloqueia. A Global Sumud Flotilla é a herdeira da luta dos povos da resistência”. “Passamos por muitas dificuldades, mas elas não chegam nem perto do que os palestinos vêm sofrendo”.

A flotilha, que partiu de Barcelona no dia 31 de agosto, passou por portos como Túnis, na Tunísia, antes de seguir para Gaza. Durante o trajeto, 44 embarcações de mais de 40 países se uniram à missão, levando água, medicamentos e outros insumos vitais. A iniciativa foi uma tentativa de aliviar a grave situação humanitária enfrentada pelo território palestino, bloqueado por Israel há anos.

No entanto, as forças israelenses impediram qualquer tentativa de abrir um corredor humanitário por mar. Na última quarta-feira (1º), a maioria dos ativistas, incluindo a sueca Greta Thunberg, foi presa.

O movimento internacional pela ajuda humanitária a Gaza, embora frustrado em seus objetivos, gerou grande repercussão midiática sobre o bloqueio imposto por Israel e trouxe maior visibilidade à crise no território palestino. Em um episódio anterior, em maio, a embarcação Conscience, que também tentava chegar a Gaza, foi atingida por drones em águas internacionais perto da ilha de Malta, e acusada por Israel de transportar armamentos ao Hamas – uma alegação refutada por uma inspeção maltesa.

Mais tarde, em junho, o veleiro Madleen, com 12 tripulantes a bordo, incluindo Greta Thunberg e Thiago Ávila, foi interceptado por Israel a cerca de 180 km da costa de Gaza. Ávila foi preso, isolado por cinco dias e sofreu maus-tratos, conforme relatado por sua família.

Redação com Brasil 247

Galeria de Imagens

plugins premium WordPress