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30 de novembro de 2024

Anadia/AL, 30 de novembro de 2024

Hospital Metropolitano de Alagoas participa de estudo internacional que pode transformar tratamento de AVC

ABN - Alagoas Brasil Noticias

Em 9 de março de 2024

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O aposentado José Paulo Batista da Silva, de 68 anos, vítima de um AVC, passou pelo estudo no HMA | Anderson Oliveira / Ascom Sesau

Neide Brandão / Ascom Sesau

O Hospital Metropolitano de Alagoas (HMA), em Maceió, participa de um estudo internacional sobre a dose ideal de mobilização do paciente afetado pelo Acidente Vascular Cerebral (AVC) na fase aguda.

As equipes da Fisioterapia e da Enfermagem, lideradas pela professora Jussara Baggio, da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), já incluíram seis pacientes da Unidade de AVC do HMA que se enquadraram nos critérios pré-estabelecidos para o estudo, chamado Avert Dose.

Em 2023, a Unidade de AVC do HMA atendeu 465 pacientes. Nos dois primeiros meses de 2024 já foram realizados 56 atendimentos. A expectativa é que o estudo seja concluído até o fim deste ano.

O Avert Dose, do The Florey Institute, da Austrália, irá incluir cerca de 2.500 pacientes em mais de 50 hospitais na Austrália, Nova Zelândia, Reino Unido, Índia, Taiwan, Cingapura e Malásia. No Brasil, somente oito centros participam deste estudo, sendo a Unidade de AVC do HMA um deles.

A professora explicou que o objetivo do estudo é identificar o melhor programa de treinamento de mobilidade precoce para pessoas com AVC isquêmico, aquele que é causado por um coágulo sanguíneo no cérebro, de gravidade leve e moderada.

O aposentado José Paulo Batista da Silva, de 68 anos, vítima de um AVC, passou pelo estudo no HMA e recebeu o tratamento médico e multiprofissional com todo o processo de reabilitação. “Estou saindo de alta, mas continuarei vindo para o ambulatório, conforme a equipe me explicou. A reabilitação continua, apesar de sair praticamente sem sequelas”, comemorou.

Outro paciente  que sai do hospital  já quase sem sequelas é o aposentado José Pedro dos Santos, de 70 anos. Disciplinado nos exercícios de reabilitação, ele garante que continuará o tratamento ambulatorial. “Só quem teve um AVC sabe o medo e angústias vividas antes do tratamento. Fiquei muito assustado, foi aqui neste hospital e com essa equipe que  me acalmei. Com a ajuda de Deus, eles me devolveram a vida”, frisou.

Jussara Baggio explicou que o Avert Dose é um estudo multicêntrico, coordenado pela professora Julie Bernhardt. Ela especificou que o paciente pode ser incluído no estudo em até 48h após o AVC e a equipe inicia a avaliação, assim como a mobilização precoce, de acordo com o estudo.

“Em estudos anteriores do mesmo grupo de pesquisa foi mostrado que devemos esperar 24 horas para o início da mobilização, mas não sabemos, ainda, a intensidade e a duração ideal da mobilização. Por isso, este estudo possui alta relevância e com os resultados esperamos oferecer a intervenção ideal para que os pacientes pós-AVC tenham melhores chances de ter a sua independência funcional. A escolha do Metropolitano está muito ligada à estrutura da Unidade de AVC e da equipe, que é muito empenhada e de qualidade”, ressaltou a pesquisadora.

De acordo com ela, a mobilização precoce pode permitir uma alta com mais qualidade, menos complicações durante a internação e mais independência ao paciente, gerando menos custo para o hospital e, consequentemente, para a família após a alta. Isso porque, o estudo acompanha o paciente no ambulatório do hospital até seis meses depois da alta hospitalar.

“Isso representa algo que vai mudar a realidade de como o paciente com AVC é atendido. Já observamos que aqueles que começam a fazer exercício precocemente, 24h após o AVC, têm alta melhor do que os que demoram para iniciar ou não fazem nenhum tipo de exercício”, frisou Jussara Baggio.

Para Lucymilla Santos, coordenadora de Reabilitação do HMA, a participação do hospital neste estudo de pesquisa aponta para uma oportunidade singular do hospital mostrar sua capacidade de oferecer serviço assistencial e estrutura de excelência para receber pacientes que tenham sofrido um AVC.

“A conclusão desse estudo vai melhorar o processo de recuperação dos pacientes com AVC a longo prazo, minimizando sequelas e dando muito mais qualidade de vida ao paciente. Quando o estudo terminar, poderemos determinar o melhor protocolo para ser implementado em hospitais a nível mundial e isso é magnífico”, frisou.

Redação com Agência Alagoas 

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