Anadia/AL

10 de julho de 2025

Anadia/AL, 10 de julho de 2025

Israel e Hamas podem chegar a novo acordo de cessar-fogo na Faixa de Gaza em até duas semanas

O Hamas disse ter aceitado libertar dez reféns no âmbito das difíceis negociações com Israel sobre um acordo de trégua em Gaza, onde os serviços de resgate palestinos anunciaram nesta quinta-feira (10) a morte de 52 pessoas em bombardeios israelenses. Uma fonte do governo israelense indicou que Israel e o Hamas podem chegar a um novo acordo de cessar-fogo na Faixa de Gaza e a libertação dos reféns em uma ou duas semanas.

ABN - Alagoas Brasil Noticias

Em 10 de julho de 2025

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Foto: Reprodução redes socias

Após 21 meses de guerra, as negociações mediadas pelo Catar, Estados Unidos e Egito continuam em Doha visando alcançar um cessar-fogo acompanhado da libertação dos reféns israelenses ainda mantidos no território palestino.

O movimento islâmico palestino afirmou na noite de quarta-feira (9) que as negociações continuam “difíceis devido à intransigência” de Israel, mas que aceitou, “com o objetivo de fazer avançar os esforços”, “libertar dez prisioneiros”.

Das 251 pessoas sequestradas durante o ataque do Hamas em 7 de outubro de 2023, 49 continuam detidas em Gaza por grupos armados palestinos, das quais 27 foram declaradas mortas pelo exército israelense.

O enviado americano para o Oriente Médio, Steve Witkoff, declarou na terça-feira (8) que o projeto de acordo prevê uma trégua de 60 dias, associada à libertação de dez reféns vivos e ao retorno a Israel dos corpos de nove reféns mortos.

Apesar do otimismo demonstrado por vários responsáveis israelenses, o Hamas destacou que “as questões essenciais” continuam sendo negociadas, principalmente o envio de ajuda humanitária à Faixa de Gaza, atualmente cercada por Israel, a retirada das forças israelenses e obtenção de “garantias para um cessar-fogo permanente”.

Israel havia prometido eliminar o Hamas após o ataque de 7 de outubro que resultou na morte de 1.219 pessoas do lado israelense, em sua maioria civis, segundo uma contagem da AFP baseada em dados oficiais israelenses.

Pelo menos 57.680 palestinos, em sua maioria civis, foram mortos na ofensiva militar lançada por Israel em retaliação em Gaza, segundo dados do Ministério da Saúde do Hamas, considerados confiáveis pela ONU.

“Avançar rumo a um acordo”

Israel e o Hamas poderiam chegar a um acordo sobre um cessar-fogo na Faixa de Gaza e a libertação de reféns em uma ou duas semanas, mas tal acordo não deve ser alcançado em um dia, disse uma autoridade israelense na quarta-feira.

Após uma primeira trégua de uma semana em novembro de 2023, outro cessar-fogo permitiu a interrupção dos combates por dois meses no início do ano, mas Israel retomou sua ofensiva em 18 de março, por falta de acordo entre as partes sobre os próximos passos.

O Hamas reiterou diversas vezes que exige a retirada israelense da Faixa de Gaza, garantias sobre o caráter permanente do cessar-fogo e sobre a retomada da gestão da ajuda humanitária pela ONU e por organizações internacionais reconhecidas.

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, reafirmou na quarta-feira que os objetivos de Israel são a libertação de “todos” os reféns, “vivos e mortos”, e “a eliminação das capacidades militares e governamentais do Hamas”.

Apesar desses impasses, Netanyahu, pressionado pelo presidente americano Donald Trump a encerrar a guerra, se mostrou otimista. “Acredito que estamos nos aproximando de um acordo”, declarou na quarta-feira à FOX Business Network.

Para o chefe do Estado-Maior israelense, o tenente-general Eyal Zamir, as operações do exército criaram as condições “para avançar rumo a um acordo de libertação dos reféns”. “Enfraquecemos seriamente as capacidades militares e governamentais do Hamas”, disse ele na quarta-feira.

“Os massacres continuam”

Em Gaza, onde mais de dois milhões de palestinos vivem em condições humanitárias catastróficas, a Defesa Civil anunciou nesta quinta-feira a morte de 52 pessoas, vítimas de bombardeios israelenses iniciados ao amanhecer.

Entre as vítimas estão oito crianças mortas por ataques que atingiram “uma aglomeração de civis em frente a um centro médico”, em Deir al-Balah, no centro do território, resultando em 12 mortos no total, segundo Mohammad al-Moughayyir, responsável da organização de resgate.

Outras operações atingiram o centro e o sul da Faixa de Gaza, segundo al-Moughayyir. O exército israelense disse que irá examinar as informações.

Na véspera, tendas que abrigavam deslocados foram atingidas em Al-Mawassi, no sul de Gaza. “Estamos extremamente cansados. Todos os dias falam de cessar-fogo, mas os massacres continuam”, lamentou a palestina Oum Ahmed.

Fonte: RFI

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