Conforme o Exército israelense, os alvos incluíram fábricas de explosivos e um complexo subterrâneo dedicado à produção e armazenamento de armamentos estratégicos. As autoridades militares afirmam que o Hezbollah tentava reabilitar essas instalações, em violação direta ao acordo de cessar-fogo firmado entre os dois países, em novembro de 2024.
A Agência Nacional de Informação do Líbano confirmou múltiplos ataques aéreos nas regiões oriental e meridional do país. O ministro Katz declarou que “qualquer tentativa do Hezbollah de se reestruturar ou ameaçar novamente será respondida com intensidade implacável” e responsabilizou o governo libanês por impedir violações do acordo.
O cessar-fogo de novembro de 2024 pôs fim a mais de um ano de hostilidades, incluindo dois meses de guerra aberta entre Israel e o Hezbollah, que resultaram em milhares de mortos e um êxodo massivo de civis libaneses. Pelo acordo, o Hezbollah deveria retirar suas forças para o norte do rio Litani, a cerca de 30 km da fronteira israelense, enquanto Israel se comprometeu a retirar suas tropas do sul do Líbano — o que ainda não ocorreu completamente.
Líbano defende desarmar o Hezbollah
O presidente libanês, Joseph Aoun, afirmou nesta quinta-feira que o país está sob intensa pressão internacional para desarmar o Hezbollah. Em discurso durante a celebração do Dia das Forças Armadas, Aoun declarou que deseja “retirar as armas de todos os grupos armados, inclusive do Hezbollah, e entregá-las ao Exército libanês”, destacando que o monopólio da força é essencial para restaurar a soberania nacional.
A declaração ocorre em meio a negociações com os Estados Unidos sobre um plano de desarmamento, que deve ser discutido no Conselho de Ministros na próxima semana. O presidente também pediu o fim dos bombardeios israelenses, a retirada das tropas israelenses de cinco posições no sul do país e a libertação de prisioneiros libaneses.
Em resposta, o líder do Hezbollah, Naïm Qassem, afirmou que qualquer tentativa de desarmar o grupo equivale a “servir ao projeto israelense”. Ele acusou o enviado americano Tom Barrack de usar ameaças e intimidação para favorecer os interesses de Israel.
Apesar do cessar-fogo ainda em vigor, os ataques israelenses continuam, com o Hezbollah evitando responder militarmente. A comunidade internacional, por sua vez, exige o desarmamento de grupos armados e reformas estruturais como condição para apoiar a reconstrução do Líbano, que enfrenta uma das piores crises econômicas de sua história.
Fonte: RFI
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