As Forças Armadas de Israel confimaram nesta sexta-feira que estão realizando “ataques de precisão contra alvos militares” no Irã, em resposta ao lançamento de cerca de 200 mísseis iranianos contra o país, ocorrido no dia 1º de outubro. Entre três e cinco explosões foram ouvidas ao redor da capital iraniana e do subúrbio de Karaj, mas ainda não se sabe quais foram os alvos e tampouco a extensão dos danos.
“Em resposta a meses de ataques contínuos do regime do Irã contra o Estado de Israel, as Forças de Defesa de Israel estão conduzindo ataques precisos contra alvos militares no Irã”, afirmou, no X, o porta-voz militar de Israel Novad Shoshani, sem detalhar quais alvos estavam sendo atingidos.
Em outro comunicado, agora por vídeo, o porta-voz do Exército Daniel Hagari afirmou que “o regime do Irã e seus representantes na região têm atacado Israel implacavelmente desde 7 de outubro, em sete frentes, incluindo ataques diretos do solo iraniano”.
— Como qualquer outro país soberano do mundo, o Estado de Israel tem o direito e o dever de responder. Nossas capacidades defensivas e ofensivas estão totalmente mobilizadas — disse Hagari. — Faremos tudo o que for necessário para defender o Estado de Israel e o povo de Israel.
O porta-voz para a imprensa árabe, Avichay Adraee, disse ainda que o Exército de Israel “está em alerta ofensiva e defensivamente enquanto seguimos os desenvolvimentos do Irã e seus representantes”, e que “está conduzindo uma avaliação situacional contínua”.
“Devemos continuar vigilantes e obedecer às instruções do Comando da Frente Interna para informar o público sobre quaisquer novos desenvolvimentos imediatamente”, completou o porta-voz, em publicação no X.
O governo dos EUA, que intensificou sua presença militar na região desde os ataques do dia 1º de outubro, negou qualquer participação no ataque.
“Entendemos que Israel está conduzindo ataques direcionados contra alvos militares no Irã como um exercício de autodefesa e em resposta ao ataque de mísseis balísticos do Irã contra Israel em 1º de outubro. Gostaríamos de encaminhá-lo ao governo israelense para mais informações sobre sua operação”, disse Sean Savett, porta-voz do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca, em uma declaração citada pela CNN.
Em comentários à TV estatal iraniana, integrantes dos serviços de segurança afirmaram que as explosões seriam das interceptações dos mísseis pelos sistemas de defesa do país. Também foram relatadas explosões em Damasco, capital da Síria, e em áreas próximas — a cidade é frequentemente alvo de bombardeios, contra o que os israelenses dizem ser instalações ligadas à Guarda Revolucionária no país.
A resposta militar israelense vinha sendo calibrada nos bastidores há semanas, com a participação dos EUA, de forma a evitar o estouro de um conflito de grande porte no Oriente Médio. Inicialmente, o governo de Israel chegou a cogitar atingir alvos ligados ao programa nuclear iraniano, como a central nuclear de Natanz, e também à indústria petrolífera do Irã.
Os dois cenários, avaliaram os americanos, poderiam causar efeitos imediatos — como uma nova crise petrolífera global e a expansão do conflito hoje centrado em Gaza e no Líbano — e de médio a longo prazo, como um Irã mais determinado a buscar a militarização de seu programa nuclear, e se juntar a Israel como mais uma potência atômica no OIriente Médio. Por isso, foram feitas gestões junto aos israelenses para que centrassem suas ações contra instalações militares, como as que, de acordo com os primeiros relatos, foram atingidas na noite desta sexta-feira.
Caso a retaliação israelense se restrinja aos alvos militares, ela seguirá o mesmo caminho da resposta adotada contra o lançamento de mísseis, drones e outros projéteis pelo Irã contra Israel em abril, uma ação ligada a um ataque contra o consulado iraniano em Damasco, no dia 1º de abril.
Não está claro se esta sexta-feira era a data inicial prevista para o ataque. Na semana passada, uma conta pró-Irã no Telegram vazou detalhes sobre os preparativos do ataque, com documentos obtidos da inteligência dos EUA — as informações continham detalhes sobre ações preparatórias, movimentação de arsenais e sobre como se daria o ataque. No começo da semana, o FBI lançou uma investigação para determinar a origem do vazamento, considerado um dos mais sérios dos últimos anos.
Redação com Extra Online – RJ
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