Pelo quinto dia consecutivo, o exército israelense afirmou ter visado alvos do grupo armado libanês Hezbollah. Na véspera, os ataques deixaram 92 mortos e 153 feridos no Líbano, e atingiram também pontos da capital Beirute. O chefe da unidade de drones do Hezbollah, Mohammed Srour, morreu em um dos bombardeios.
A agência oficial síria de notícias Sana indicou nesta manhã que cinco militares sírios morreram em um ataque israelense em sua região fronteiriça com o Líbano. Segundo autoridades de Israel, “infraestruturas ao longo da fronteira são utilizadas pelo Hezbollah para transferir armas da Síria ao Líbano”.
O exército israelense também informou nesta sexta-feira que drones e outros projéteis vindos do território libanês foram interceptados por seu sistema aéreo de defesa. O Hezbollah confirmou ter lançado foguetes em direção ao norte de Israel.
Desde segunda-feira (23), os bombardeios israelenses deixaram ao menos 700 mortos no Líbano e centenas de feridos. Segundo a ONU, mais de 90 mil pessoas tiveram de deixar suas casas no país. Entre elas, mais de 31 mil fugiram para a Síria.
Pressão dos países ocidentais
Diante da violenta escalada militar que ameaça mergulhar o Oriente Médio em uma nova guerra, os Estados Unidos e a França, apoiados por vários países ocidentais e árabes, fazem um apelo por um cessar-fogo de 21 dias. No entanto, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, garantiu na quinta-feira (26) que seu exército continuará o combate contra o Hezbollah “com toda a força necessária”. O ministro israelense das Relações Exteriores, Israel Katz, reforçou que a ofensiva terá seguimento “até a vitória”.
O presidente francês, Emmanuel Macron, considerou que será “um erro” de Israel a recusa do cessar-fogo proposto e que Netanyahu poderia ser responsabilizado pela escalada de violências regional. Já o secretário de Estado americano, Antony Blinken, se encontrou na quinta-feira com o ministro israelense das Questões Estratégicas, Ron Dermer, e sublinhou que a continuidade dos ataques “tornará mais difícil o retorno dos cidadãos israelenses e libaneses” às suas casas.
Netanyahu discursa nesta sexta-feira na Assembleia Geral da ONU, que teve início na terça-feira (24) em Nova York. Apesar da expectativa sobre sua fala, o premiê não deve surpreender. Desde que desembarcou nos Estados Unidos, Netanyahu descartou qualquer possibilidade de colocar um fim aos bombardeios israelenses no Líbano “enquanto os objetivos não forem atingidos”.
Redação com RFI