Em meio ao julgamento de Bolsonaro, a Câmara de Vereadores de Balneário Camboriú votou pela atualzação dos documentos oficiais sobre a morte do ex-prefeito Higino João Pio, assassinado pela ditadura militar em 1969. No entanto, o vereador Jair Renan Bolsonaro foi o único a se opor à medida. O filho 04 do ex-presidente disse que ia combater o “sistema” de Comboriú após o primo, Leo Índio, fugir para a Argentina.
Os familiares de Higino Pio receberam, na segunda, a certidão de óbito retificada do ex-prefeito, acompanhando a atualização feita para outras vítimas da ditadura militar. Agora, o documento reconhece que sua morte foi violenta e ocorreu pelo “estado brasileiro no contexto da perseguição sistemática”.
A iniciativa é do Conselho Nacional de Justiça. Higino Pio foi o primeiro prefeito eleito de Balneário Camboriú. Em 1969, foi detido e levado para a Escola de Aprendizes de Marinheiro, em Florianópolis, sob acusações de corrupção na prefeitura que nunca foram comprovadas.
De acordo com a Comissão da Verdade, sua prisão foi motivada, na realidade, pela amizade com o ex-presidente João Goulart, derrubado do poder em 1964. No dia 3 de março daquele ano, Higino foi encontrado morto dentro de sua cela.
Réu no STF pelos ataques golpistas de 8 de Janeiro, Leonardo Rodrigues de Jesus, chamado de Léo Índio e sobrinho de Jair Bolsonaro, deixou o Brasil e foi para a Argentina há mais de 20 dias. Usando o nome “Léo Bolsonaro”, declarou que busca refúgio no país de Javier Milei.
Eleito suplente de vereador em Cascavel (PR) em 2024, o sobrinho de Bolsonaro deixou o Brasil há 22 dias e solicitou asilo político, alegando perseguição. O pedido está sendo analisado pelo governo Milei. Dados da Comissão Nacional para os Refugiados (Conare) da Argentina indicam que, entre janeiro e outubro de 2024, pelo menos 181 brasileiros requisitaram refúgio no país.
Em 28 de fevereiro, a Primeira Turma do STF aceitou, por unanimidade, a denúncia contra Léo Índio, tornando-o réu por envolvimento nos atos golpistas que resultaram na depredação das sedes dos Três Poderes. A Procuradoria-Geral da República afirma que ele esteve na Praça dos Três Poderes no dia da invasão, incentivou a permanência dos manifestantes e divulgou materiais em apoio aos ataques.
Os crimes listados na denúncia incluem golpe de Estado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, dano qualificado e depredação de patrimônio tombado, conforme previsto na legislação penal e na Lei de Segurança Nacional.
Fonte: Revista Fórum