Por: Emanuelle Vanderlei
Em contato com a Tribuna, o advogado comentou ainda que a Polícia Militar de Alagoas (PM-AL), encaminhou reforço policial somente ontem (19). Yuri Pontes lembrou que na reunião com os magistrados eleitorais, no dia 12 de setembro, foi encaminhada à PM a solicitação imediata de reforço policial no município.
“O clima continua muito acirrado, a contraparte [campanha do atual prefeito] continua descumprindo o que foi estabelecido. Mesmo que de uma maneira um pouco mais amena, mesmo assim intimidando os prestadores de serviço da coligação de Joãozinho [Pereira]. A gente entrou com uma tutela inibitória que está concluso com o juiz para decisão. A gente tem despachado demonstrando a urgência e a seriedade de um negócio. Hoje [ontem, 19] estamos com a circulação de maior efetivo da Polícia Militar na cidade, mas a gente continua sem saber se isso efetivamente vai se manter permanente. Eu não sei se isso foi só uma demonstração, uma visita, uma batida da PM no município, se ela vai permanecer ou se não vai. Saberemos se esse reforço vai continuar nos próximos dias”, detalhou o advogado eleitoral.
Em comunicado enviado à Tribuna, a Polícia Militar de Alagoas informou que a cidade de Junqueiro recebeu reforço no policiamento ostensivo diário da região. Segundo a PM, “além da guarnição ordinária e das equipes do Programa Força Tarefa da 10ª Companhia de Polícia Militar Independente, a cidade recebeu o auxílio de guarnições do Comando de Policiamento da Região Sul e das Unidades Especializadas da Corporação, como Bope e Companhia de Choque”.
DISPUTA
A briga entre as tradicionais famílias tem mantido um ambiente de medo em Junqueiro. Yuri Pontes explica que a ação tem como pontos centrais alguns crimes eleitorais que, segundo ele, estão sendo cometidos pelo secretário de Segurança do município, Donizete José.
“Desde aquela reunião já foi dito que ele não pode como guarda, nem representante de nada fazer interceptação de qualquer tipo de campanha política, institucionalmente falando. Ele [Donizete] continua fazendo isso de maneira indireta. Algumas equipes que andavam com ele continuam, e ele tem passado, às vezes no carro dele, ele não tem descido, ele passa e acompanha as ações. A única alteração do que ele vinha fazendo é que ele não tem abordado mais, parado os veículos, impedido a passagem. Mas ele acompanha, tem uma equipe vinculada a ele que solta rojão, isso para intimidar. Até onde a gente tem notícia dessas últimas andadas, não estavam integrando este comboio deles, são algumas outras pessoas aí que estão acompanhando o seu Donizete, pelo menos nesses dias para cá”.
“O que eu sei é que o nosso pedido de tropas federais lá no Tribunal Regional Eleitoral, inclusive o Ministério Público Federal Eleitoral, alterou o parecer dele. Inicialmente, o MP Eleitoral tinha dado parecer pelo indeferimento, depois de todas as notícias que fizemos nos autos ele entendeu, sem entrar no mérito da verdade, do que nós colocamos, mas que mais considerando que aquele gerado a demonstração clara do nível de tensão na cidade e mudou parecer pelo deferimento. Então, a gente também está aguardando o Tribunal Regional Eleitoral se pronunciar quanto ao pleito administrativo, e isso deve entrar em pauta nos próximos dias”, finalizou o advogado.
JULGAMENTOS
Até a última quarta-feira (18), o TRE recebeu o pedido de reforço das tropas federais para onze municípios: Marechal Deodoro, Estrela de Alagoas, Pindoba, Teotônio Vilela, Junqueiro, Roteiro, Chã Preta, Campo Alegre, Limoeiro de Anadia, Maribondo e Olivença. O Pleno do TRE deve iniciar os julgamentos dos pedidos nas sessões da próxima semana.
Antes de decidir acerca das solicitações, o Tribunal questiona o Governo do Estado se as forças policiais têm condições de garantir a segurança nas localidades. Só com a resposta é que o relator do pedido de tropas, sempre um desembargador eleitoral, elabora seu voto e o apresenta aos demais integrantes do Pleno.
Caso os desembargadores eleitorais decidam que é necessário o reforço federal na segurança das eleições municipais, o TRE encaminha ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) a decisão e é o órgão superior quem tem a decisão final.
Redação com Tribuna Hoje