Anadia/AL

4 de agosto de 2025

Anadia/AL, 4 de agosto de 2025

Lesão de mulher espancada no elevador é comparada a cair de moto sem capacete

Mulher foi agredida por ex-namorado em Natal; caso é tratado como tentativa de feminicídio.

ABN - Alagoas Brasil Noticias

Em 4 de agosto de 2025

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Foto: Reprodução

As agressões sofridas por Juliana Soares, vítima de tentativa de feminicídio, de 35 anos, dentro de um elevador em Natal (RN), chocaram o país pelo grau de brutalidade. Ela levou 61 socos no rosto e na cabeça do então namorado, Igor Eduardo Pereira Cabral, de 29 anos, durante uma descida do 16º andar até o térreo.

A violência foi tamanha que o médico responsável pela cirurgia comparou os ferimentos. “Era como se ela tivesse sofrido um acidente de moto, sem capacete”, afirmou o cirurgião bucomaxilofacial Kerlison Paulino.

O caso ocorreu na manhã de 26 de julho, em um condomínio no bairro de Ponta Negra, e foi registrado por câmeras de segurança. As imagens mostram o casal na piscina horas antes, e depois discutindo no elevador, onde a agressão aconteceu. Segundo Juliana, Igor teve uma crise de ciúmes. “Ele me esmurrava sem parar”, relatou.

Para tentar garantir provas, ela permaneceu dentro do elevador, ciente de que seria filmada. Em determinado momento, o agressor teria dito que ela “ia morrer”. A delegada responsável pelo caso, Victória Lisboa, considera o vídeo uma prova clara da intenção de matar. A agressão durou 34 segundos.

“Foi do décimo sexto [andar] até o térreo. Ele me esmurrando sem parar, né?”, descreveu a vítima.

Juliana foi socorrida por uma moradora e levada ao hospital. Sem conseguir falar, escreveu em um papel: “Eu sabia que ele ia me bater. Então não saí do elevador”. No dia seguinte, Igor teve a prisão preventiva decretada e foi transferido para um presídio em Natal.

Em entrevista concedida ao Domingo Espetacular, da Rede Record, Juliana enviou um recado ao agressor: “Que ele soubesse que não deu certo, que eu estou viva”.

A vítima passou por uma cirurgia de reconstrução facial de quase sete horas. Teve fraturas no olho, nariz, maçã do rosto e mandíbula. Apesar da gravidade, não há risco de sequelas neurológicas, e a recuperação será acompanhada por pelo menos dois meses.

A delegada-geral do Estado, Ana Claudia Gomes, classificou o caso como uma “selvageria” e destacou que a maioria das agressões contra mulheres ocorre no ambiente doméstico. Juliana, agora em tratamento, diz que sua vida recomeçou.

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Igor Eduardo Pereira Cabral, deu mais de 60 socos no rosto de Juliana, sua namorada vítima de tentativa de feminicídio (Foto: Reprodução)

Símbolo de resistência

Ela afirma ter sobrevivido a uma tentativa de feminicídio, sem qualquer chance de se defender durante a sequência brutal de agressões.

Hoje, Juliana se empenha em dar visibilidade a outras mulheres em situação de vulnerabilidade e reforça: “a culpa não foi minha e a culpa nunca será da vítima”.

Para ela, os “olhos agredidos” se transformaram em um símbolo de resistência. “Eu não tenho opção a não ser forte”, afirma a vítima, que se define como “uma mulher livre e cheia de sonhos”.

Redação C/ ICL Notícias


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