Em discurso no Fórum Esfera, em Roma, o ministro Ricardo Lewandowski afirmou que a Constituição brasileira, com seus 36 anos de existência, é sustentada por instituições sólidas que já passaram por diversas crises, incluindo dois impeachments — os de Fernando Collor e Dilma Rousseff — e até uma tentativa de golpe de estado em 8 de janeiro do ano passado. Segundo Lewandowski, a capacidade de resistência demonstrada pelo país é um indicativo de estabilidade institucional, o que, para ele, deveria atrair e assegurar investidores no Brasil.
No entanto, ao abordar o tema da segurança pública, Lewandowski ressaltou que o Brasil enfrenta um desafio urgente relacionado ao crime organizado. “O estado moderno surgiu para garantir a segurança física das pessoas”, disse o ministro, destacando que o fenômeno do crime organizado no Brasil se equipara a conflitos regionais, exigindo uma ação conjunta para ser enfrentado.
Lewandowski também defendeu uma reforma constitucional como medida necessária para repensar o atual modelo de segurança pública. Ele criticou a ausência de uma coordenação central entre as diversas forças que atuam no combate ao crime, sugerindo a criação de um sistema nos moldes do Sistema Único de Saúde (SUS), mas voltado para a segurança pública. “No Brasil, o crime deixou de ser local”, afirmou, apontando para a necessidade de uma abordagem integrada e coordenada para enfrentar o problema de forma eficaz.
A proposta do ministro reflete um cenário em que o crime organizado se expande para além das fronteiras estaduais, exigindo uma resposta mais estruturada e planejada por parte do Estado brasileiro. A criação de um “SUS” para a segurança pública representaria, segundo Lewandowski, um avanço significativo na forma como o Brasil organiza suas forças de combate ao crime, promovendo uma integração necessária para lidar com os desafios contemporâneos da violência urbana e do crime organizado.
Redação com Brasil 247