Por Plinio Teodoro
A prisão domiciliar decretada de Jair Bolsonaro (PL) por Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), deixou a base de apoio do ex-presidente no Congresso Nacional atordoada.
Em entrevista coletiva nesta terça-feira (5) para anúncio do chamado “pacote da paz” da bancada – um conjunto de medidas repetidas que tem como intuito livrar Bolsonaro da cadeia -, o líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), declarou “guerra” ao governo Lula.
“A partir de agora, nós estamos nos adestrando e nos apresentando para a guerra. Se é guerra que o governo quer, guerra o governo terá”, anunciou, de forma exaltada.
Pupilo de Silas Malafaia, Sóstenes ainda atacou Lula e anunciou que a oposição vai obstruir os trabalhos no Congresso Nacional para “resolver os problemas que o governo do descondenado não está resolvendo”.
“Nós vamos, a partir de agora, com a liderança do líder Zucco na oposição, entrarmos em obstrução total na Câmara, segundo informações também no Senado, e nós não vamos recuar enquanto não houver caminhos para a pacificação, já apresentado pelos meus colegas aqui”, disse.
Paz?
Ao lado de parlamentares que compõem a ultradireita neofascista no Brasil, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) anunciou um “pacote da paz” para, segundo ele, que o Brasil “quebre os retrovisores” e “vire essa página”.
“O que a gente vai propor aqui hoje é um pacote da paz”, anunciou o filho “01” de Bolsonaro. “Porque já passou da hora e do Brasil virar essa página”, emendou.
No entanto, ao listar as “medidas” que serão a pauta da bancada neofascista no Congresso, o senador voltou a repetir antigas propostas para livrar o pai da cadeia.
“A primeira emitida desse pacote da paz que nós queremos propor para que o Brasil volte à frente e quebre os seus retrovisores é o impeachment do ministro Alexandre de Moraes”, afirmou Flávio, em mais uma tentativa de destituir do Supremo Tribunal Federal (STF) o relator do processo sobre tentativa de golpe.
A segunda medida anunciada é a “anistia ampla, geral e irrestrita”, retomando a ladainha para impedir que Bolsonaro saia da prisão domiciliar para uma cadeia.
Por fim, o “pacote da paz” quer acabar com a imunidade parlamentar por meio de uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC), o que, na prática, levaria o processo de Bolsonaro à primeira instância. Além disso, os bolsonaristas querem a votação pelo Senado das medidas cautelares impostas pelo STF a Marcos do Val (Podemos-ES).
Na sequência, o vice-presidente da Câmara dos Deputados, Altineu Côrtes (PL-RJ), fez uma ameaça afirmando que na primeira ausência de Hugo Motta (Republicanos-PB), presidente da casa, vai colocar em pauta o PL da Anistia. E que Motta já teria sido avisado sobre isso.
Redação C/ Revista Fórum
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