Por: Rodrigo Coutinho
Desde que houve a confirmação de que o Campeonato Brasileiro não pararia em meio a Copa América, o Flamengo convive com o dilema. Como sobreviver às nove rodadas sem basicamente metade de seus titulares? O rubro-negro tem conseguido! Mesmo com atuações irregulares, natural pelo contexto, chegou a quarta vitória nos seis jogos realizados no período.
Assim como o Bahia, último adversário batido no Maracanã, o Cruzeiro valorizou os três pontos do Mais Querido. Dominou a reta final da 1ª etapa, levou dificuldades ao marcar forte a saída de bola do Flamengo no início do 2º tempo. Não desistiu de buscar o resultado com organização até o último minuto, mas não possui a mesma qualidade de definição dos donos da casa.
Escalações
Tite contou com o retorno de Bruno Henrique e o escalou na ponta-esquerda. Allan também foi o escolhido para compor a dupla de volantes com Gérson. Léo Ortiz iniciou no banco de reservas. Fernando Seabra não teve Zé Ivaldo. Neris entrou na zaga. Kaiki seguiu na lateral-esquerda e Marlon iniciou entre os suplentes.
Os muitos desfalques do Flamengo, somados ao bom momento do Cruzeiro, geraram a expectativa de um duelo equilibrado no Maracanã. E o 1º tempo confirmou a tese. O rubro-negro começou um pouco melhor, mas a Raposa não demorou a equiparar forças e buscar o empate antes do intervalo. Terminou e etapa, inclusive, mais perto de pular na frente no placar.
As duas equipes demoraram a criar algo efetivo. Pareceram se estudar mais tempo do que o normal, e o primeiro movimento mais afirmativo foi do Flamengo. Começou a adiantar o bloco de marcação com maior frequência. Passou a roubar bolas dentro do campo do Cruzeiro, encaixar bons movimentos com Lorran na sequência, e foi agraciado.
Fabricio Bruno desarmou Matheus Pereira na linha média em nova subida de bloco defensivo, e Gérson arrancou para servir Pedro na área. O atacante marcou o sexto gol na competição e assumiu a artilharia. A torcida se inflamou e o time teve algumas boas oportunidades em puxadas de contagolpe, mas cometeu erros de decisão, principalmente com o jovem Lorran, que caiu de produção.
Lucas Silva puxou um contragolpe após desarmar Ayrton Lucas, e contou com a ajuda de William para ganhar duelos na jogada que terminou em finalização de Matheus Pereira no canto de Rossi. A raposa ainda chegaria com perigo mais duas vezes antes do intervalo, em final de tempo muito desconfortável para o Flamengo. A competitividade do time caiu bastante ao longo da etapa.
Romero tinha imposição nos combates dentro do campo adversário. Ramiro ”carimbava” a bola na intermediária e depois infiltrava na área. A circulação de bola do Mais Querido ganhou lentidão e os movimentos eram tímidos para gerar linhas de passe em progressão no campo.
Sinal de que estava difícil avançar com a bola em fase ofensiva, fruto da boa marcação adiantada que o Cruzeiro intensificou após o intervalo. A Raposa também teve seus momentos de perigo no início do 2º tempo, conseguiu mais volume no campo rival, mas finalizou muito mal as boas oportunidades que conseguiu na entrada da área.
Mesmo sem o controle das ações como gostaria, voltar a transitar perto da área cruzeirense rendia ocasiões positivas ao Flamengo, principalmente com Bruno Henrique pelo lado esquerdo. No setor, Gérson sofreu uma falta ao lado da grande área, e Fabricio Bruno marcou de cabeça após boa cobrança de Luiz Araújo.
Na base da raça, o rubro-negro sustentou o resultado meio a uma pressão cruzeirense nos últimos minutos. Werton e Léo Ortiz, que entraram ao longo da 2ª etapa, foram importantes na manutenção do gás da equipe até o final.
*Redação com Ge. Globo