Por: Hebert Borges
Foi baseado nessa investigação que, na última sexta-feira (24), o juiz Eduardo Ferreira Padilha, da 1ª Vara Criminal da Comarca de Juazeiro, na Bahia, negou pedido de liberdade para o dono da Comercial Taurus, o empresário Eraldo Luiz Rodrigues.
“Para dar baixa no sistema de controle do EB [Exército Brasileiro], os lojistas estavam usando dados de terceiros que podiam comprar essas munições. Ex.: Fulano, registrado como CAC, comprou 50 munições calibre .380 para a pistola que possui. Porém, pela norma vigente poderia comprar até 1000 munições. A loja vendia 950 munições para qualquer pessoa e lançava em nome de Fulano, que não tinha conhecimento do esquema criminoso”, detalhou o delegado.
A estimativa da PF é de que o grupo criminoso vendia uma média de 20 armas e 10 mil munições de variados calibres por mês. “Quanto aos valores envolvidos, a equipe de investigação ainda trabalha para quantificar. Todavia, vale informar que foram efetivados mais de R$ 7 milhões de bloqueio em contas dos investigados”, disse Andrade.
O delegado contou ainda que o esquema criminoso foi descoberto depois da deflagração de outra operação em junho de 2023. “A partir de celulares analisados foi possível identificar intermediário de venda de munição e armas para os faccionados que foram alvos da referida operação. Um investigado que trabalhou em uma loja de venda de armas e munições em Juazeiro/BA, e estava preso, procurou a Polícia Federal e o Ministério Público querendo fazer Acordo de Colaboração Premiada. O que foi feito e a trama criminosa foi descoberta com riqueza de detalhes.”
Rodrigo Motta pontuou que, a fim de esclarecer os fatos, foram quebrados, com autorização judicial, sigilo telefônico, telemático, análise de Relatório de Inteligência Financeira e outras técnicas de investigação.
*Redação com Gazeta web