Por Ivan Longo
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva desembarcou na noite desta quarta-feira (2) em Buenos Aires para participar da 66ª Cúpula de Chefes de Estado do Mercosul, em sua primeira visita oficial à Argentina desde que o “ultraliberal” Javier Milei assumiu a presidência do país. O encontro marca a troca da presidência rotativa do bloco, que passa das mãos argentinas para o Brasil.
Ao chegar à Embaixada do Brasil na Argentina, onde ficará hospedado durante a Cúpula do Mercosul, Lula foi ovacionado por argentinos e brasileiros que o aguardavam.
Lula visitará Cristina Kirchner, que cumpre prisão domiciliar em seu apartamento em Buenos Aires e obteve autorização da Justiça para receber a visita do presidente brasileiro. Por outro lado, não há previsão de encontro entre Lula e o atual presidente argentino, Javier Milei, que, quando esteve no Brasil, também não se encontrou com o mandatário brasileiro, preferindo uma reunião com o ex-presidente Jair Bolsonaro.
Lula na Argentina
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva desembarcou nesta quarta-feira (2) em Buenos Aires para participar da 66ª Cúpula de Chefes de Estado do Mercosul, na primeira visita oficial à Argentina desde que o “ultraliberal” Javier Milei assumiu a presidência do país. O encontro marca a troca da presidência rotativa do bloco, que passa das mãos argentinas para o Brasil.
A presença de Lula na cúpula não é apenas protocolar. Em um momento em que Milei acumula ataques públicos à integração regional – tendo já expressado desprezo pelo Mercosul e travado embates com lideranças vizinhas –, Lula reafirma o bloco como peça central da política externa brasileira.
“Não preciso ressaltar a importância que o Brasil atribuiu ao Mercosul no nosso objetivo maior de promover a integração regional”, declarou a secretária de América Latina e Caribe do Itamaraty, embaixadora Gisela Padovan, ao detalhar a agenda brasileira.
Para Lula, fortalecer o Mercosul é também uma resposta direta ao projeto de Milei, que, mesmo criticando o bloco em discursos inflamados, não tem conseguido apresentar alternativas viáveis para a economia argentina, hoje em crise. Enquanto Milei fala em ruptura e corte de laços com parceiros históricos, o governo brasileiro aposta na modernização do bloco, na conclusão do aguardado acordo com a União Europeia e na abertura de novas frentes comerciais.
Além de pautas econômicas, a presidência brasileira quer ampliar a participação social e política dentro do Mercosul. Está prevista a retomada de agendas voltadas para direitos humanos, igualdade de gênero e fortalecimento de institutos regionais, como o Instituto de Políticas Públicas em Direitos Humanos, sediado na Argentina. “A política externa deve escutar os anseios da população a quem representa”, reforçou Padovan.
Outro ponto prioritário é o avanço de políticas de sustentabilidade, com o lançamento do chamado “Mercosul verde”, para valorizar as credenciais ambientais da região e garantir que o comércio siga padrões mais sustentáveis – uma meta que contrasta com a postura negacionista de Milei em temas ambientais.
A presença de Lula também destaca a solidez da balança comercial entre os países do bloco, que movimentou US$ 17,5 bilhões entre janeiro e maio de 2025, garantindo superávit de US$ 3 bilhões para o Brasil. Apesar de tensões políticas, o comércio regional segue robusto.
Redação C/ Revista Fórum
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