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⛔ Por Ivan Longo
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva deu início, na manhã desta terça-feira (25), pelo horário local, às atividades oficiais de sua visita ao Japão, sendo recebido com pompas pelo imperador Naruhito e pela imperatriz Masako no Palácio Imperial, em Tóquio, ao som da música “Aquarela do Brasil”, de Ary Barroso. A recepção contou com a execução dos hinos nacionais de Brasil e Japão, seguida pela revista das tropas e o cumprimento das delegações.
Apesar de ser a quinta visita de Lula ao Japão, esta é a primeira vez que o presidente participa de uma visita de Estado, um gesto raro na diplomacia japonesa. A última ocasião em que o país concedeu esse tratamento a um chefe de Estado foi em 2019, quando o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, foi recebido com honrarias semelhantes.
Além da recepção imperial, a visita tem uma forte agenda econômica e comercial. Logo após o encontro com Naruhito, Lula se reuniu com representantes da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (ABIEC) para discutir a abertura do mercado japonês ao setor. “O presidente, o que ele faz é abrir a porta. Mas quem sabe fazer negócio são vocês, não o presidente nem o deputado”, destacou Lula aos empresários.
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O presidente ressaltou o declínio do fluxo comercial entre os dois países, que já foi de US$ 17 bilhões em 2011, mas caiu para cerca de US$ 11 bilhões atualmente. “Significa que, de pronto, a gente tem seis bilhões para recuperar nessa visita”, afirmou. Ele também destacou a importância de tornar o etanol brasileiro mais presente no mercado japonês. “Se o Japão usar 10% de etanol na gasolina, é um salto extraordinário, não apenas para que a gente exporte, mas para que eles possam produzir no Brasil”, afirmou Lula.
A agenda segue intensa nesta quarta-feira (26), com encontros com sindicatos japoneses e participação no Fórum Empresarial Brasil-Japão. Empresários de diversos setores, incluindo alimentos, agronegócio, aeroespacial, energia e siderurgia, estarão presentes para discutir oportunidades comerciais. No final do dia, Lula se encontra com o primeiro-ministro do Japão, Shigeru Ishiba, no Palácio Akasaka, onde assinarão acordos bilaterais em áreas como combustíveis sustentáveis, ciência e tecnologia, e educação.

O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, enfatizou que o Brasil tem avançado na abertura de mercados para produtos agropecuários, destacando que já foram liberados 344 novos mercados nos últimos dois anos. Ele também reforçou a competitividade da carne brasileira e a segurança sanitária do país. “O Brasil é um dos pouquíssimos países que não tem gripe aviária nos plantéis comerciais”, lembrou Fávaro.
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Renan Filho, ministro dos Transportes, e Silvio Costa Filho, de Portos e Aeroportos, destacaram os avanços na infraestrutura para escoamento da produção, elemento chave para tornar o Brasil mais competitivo no comércio internacional. “Estamos ampliando investimentos para que possamos fazer o melhor escoamento da produção, desde ferrovias, estradas e hidrovias até os portos”, afirmou Silvio Costa Filho.
A visita de Lula ao Japão também tem um forte componente simbólico. Em 2025, Brasil e Japão comemoram 130 anos de relações diplomáticas, reforçando os laços históricos entre os dois países. O Brasil abriga a maior população nipo-descendente fora do Japão, com mais de 2 milhões de pessoas, enquanto cerca de 210 mil brasileiros vivem em território japonês.
Lula permanece no Japão até quinta-feira (27), quando embarca para Hanói, no Vietnã, dando continuidade à sua agenda na Ásia.
⛔ Redação com Revista Fórum