Por: Lucas Borges Teixeira
O presidente Lula anunciou, nesta terça-feira (21), o embaixador André Corrêa do Lago como o presidente da COP30, em Belém em novembro deste ano.
O que aconteceu
Secretário de Clima, Energia e Meio Ambiente do Itamaraty, Corrêa do Lago é tido como principal referência para o clima no Itamaraty. Ele é o negociador do Brasil na COP desde 2023 e já havia feito o mesmo papel entre 2011 e 2013, além de trabalhar com desenvolvimento sustentável desde 2001. O diplomata era, desde o final de 2024, dado como nome único para assumir a posição.
Desafio sob Trump
Corrêa do Lago terá ainda a tarefa de presidir a primeira COP com Donald Trump de volta à presidência dos Estados Unidos. Nesta segunda (20), o norte-americano já assinou a retirada do país do Acordo de Paris, que começa a valer a partir de 2026, entre outras medidas que vão na contramão do debate climático atual.
O embaixador lamentou as decisões. “Estamos todos ainda analisando as decisões do presidente Trump, mas não há a menor dúvida que terá um impacto significativo na preparação da COP30 e na maneira como nós vamos ter que lidar com o fato de que um país tão importante está se desligando desse processo”, disse Lago.
Segundo ele, apesar dos sinais, o diálogo entre os países segue existindo. “[Os EUA] estão saindo do Acordo de Paris, mas eles continuam membros da Convenção do Clima. Então, sim, há vários canais que permanecem abertos”, disse Lago. Ele não soube responder, no entanto, se haverá conversas para que o norte-americano venha para Belém.
Análise
Especialistas concordam que Corrêa do Lago é hoje o melhor nome. Ele conhece todas as negociações do clima e tem trânsito com todos os setores envolvidos dentro do próprio governo. Foi ele o responsável, por exemplo, em resolver o impasse entre países desenvolvidos e o sul global nas negociações do G20 sobre clima, que ameaçavam paralisar o comunicado da cúpula.
O impacto da posse de Donald Trump. A diretora-executiva do Greenpeace Brasil, Carolina Pasquali, destacou a nomeação de um presidente com experiência em diplomacia climática, após uma série de COPs com lideranças alinhadas a empresas de petróleo e gás. Ela ainda reforçou que o embaixador terá de lidar com o cenário polarizado após a saída dos EUA do Acordo de Paris.
Momento decisivo. Carolle Alarcon, gerente executiva da Coalizão Brasil Clima, Florestas e Agricultura, também aprovou a escolha. “Sua liderança está à altura do grande desafio que representa a organização da COP mais crucial dos últimos dez anos, em um momento decisivo para o multilateralismo global”.
Fortalecimento do diálogo. Para o CEBDS (Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável), representante do empresariado do país, a nomeação de André Corrêa do Lago ampliará a colaboração entre o setor público e privado. “Ele será uma peça-chave no fortalecimento do diálogo, para que a COP30 termine com resultados expressivos, sobretudo após os impasses vistos durante a última conferência, em Baku”, afirmou Marina Grossi, presidente do CEBDS.
Redação com ECOA / Uol
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