O presidente Luiz Inácio Lula da Silva iniciou articulações nos bastidores para definir quais ministros deixarão o governo em 2026 para disputar as eleições e quais permanecerão no cargo até o fim do mandato, por atuarem em pastas consideradas estratégicas. A informação foi publicada nesta segunda-feira (26) pelo Valor Economico. Segundo o jornal, a movimentação ocorre com antecedência justamente para dar tempo ao Palácio do Planalto de costurar acordos políticos que assegurem governabilidade e presença eleitoral robusta nos principais colégios eleitorais do país.
A reconfiguração da Esplanada dos Ministérios poderá atingir áreas-chave como Casa Civil, Fazenda, Planejamento, Agricultura e Minas e Energia. Entre os nomes mais citados para deixar o governo estão Simone Tebet (Planejamento), Rui Costa (Casa Civil), Geraldo Alckmin (Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços), Alexandre Silveira (Minas e Energia) e Carlos Fávaro (Agricultura). O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), é apontado como uma das figuras mais estratégicas para o pleito, seja como possível candidato ao governo de São Paulo ou ao Senado.
A eventual saída de Haddad, no entanto, preocupa setores do mercado financeiro, que veem no ministro uma âncora de previsibilidade da política econômica. Ainda assim, segundo fontes ouvidas pelo Valor, o ex-prefeito de São Paulo seguirá a orientação de Lula quanto ao seu destino eleitoral.
Rui Costa já admitiu publicamente sua disposição para disputar o Senado. Em fevereiro, em entrevista à Rádio Metrópole da Bahia, declarou: “Meu nome está colocado. Evidente que ainda tenho que conversar com o presidente no ano que vem”.
O caso de Geraldo Alckmin apresenta uma peculiaridade: por ser vice-presidente, ele pode concorrer em 2026 sem deixar o cargo. Porém, para disputar qualquer outro posto, precisaria deixar o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços. Enquanto aliados no PSB defendem sua permanência ao lado de Lula numa possível chapa de reeleição, também há especulações sobre uma candidatura ao governo de São Paulo ou ao Senado.
Ministro de confiança pessoal de Lula, Alexandre Silveira é considerado peça-chave para a construção de um palanque competitivo em Minas Gerais. Ele é cotado tanto para o Senado quanto para o governo estadual. Já Carlos Fávaro, que ganhou projeção junto ao presidente ao longo do mandato, deve buscar a reeleição ao Senado. Ele foi eleito em 2020 e seu mandato atual se encerra em 2026.
A legislação exige que ministros que desejem concorrer às eleições se desincompatibilizem até abril de 2026. A regra busca evitar o uso da máquina pública como vantagem eleitoral.
O caso de Gleisi Hoffmann é um dos mais delicados. Interlocutores próximos a Lula afirmam que ela é peça central na articulação política do governo e sua saída poderia fragilizar as negociações no Congresso. No entanto, a presidente do PT também é considerada fundamental para alavancar votos no Paraná, seu reduto eleitoral, e não descarta disputar uma cadeira na Câmara dos Deputados.
Fonte: Brasil 247
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