Anadia/AL

22 de dezembro de 2024

Anadia/AL, 22 de dezembro de 2024

Macron reitera oposição ao acordo UE-Mercosul; presidente da Comissão espera concluir negociações no Uruguai

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, pediu nesta quinta-feira (5) a conclusão do acordo comercial entre a União Europeia (UE) e o Mercosul.

ABN - Alagoas Brasil Noticias

Em 5 de dezembro de 2024

g 1

A presidente da Comissão Europeia Ursula Von der Leyen chegou ao Uruguai nesta quinta-feira (5) e disse que vai finalizar acordo de livre comércio com o Mercosul AFP - Nicolas Tucat

Os presidentes dos países do Mercosul se reúnem nesta quinta e sexta-feira na capital uruguaia.

“Pousamos na América Latina. A linha de chegada do acordo UE-Mercosul está próxima. Vamos trabalhar e vamos atravessá-la. Temos a oportunidade de criar um mercado de 700 milhões de pessoas”, anunciou Von der Leyen na rede social X.

O acordo beneficia em princípio os quatro países fundadores do Mercosul (Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai). A Bolívia integra o bloco sul-americano, mas não faz parte do acordo.

A Comissão Europeia, o Executivo da UE, está sendo pressionada há várias semanas para decidir se assina ou não o documento, que vem sendo negociado há 25 anos.

Na terça-feira, a diretora-geral de Comércio da Comissão Europeia, Sabine Weyand, declarou aos eurodeputados que a discussão continuaria “em nível político”, sugerindo que a fase técnica das conversações teria chegado ao fim.

Facilitar as exportações

A posição dentro da UE, no entanto, não é unificada. Países como Espanha, Portugal e Alemanha pressionam pela conclusão do acordo o mais rápido possível. Já França e Polônia não escondem sua insatisfação com a iniciativa.

O projeto de tratado busca, em seu capítulo comercial, eliminar a maioria das taxas alfandegários entre a UE e o Mercosul para criar um mercado comum de mais de 700 milhões de consumidores.

Além disso, o projeto de acordo tem um capítulo político e outro sobre cooperação e investimentos. Em junho de 2019, os dois blocos anunciaram que haviam alcançado um acordo político, mas que nunca foi ratificado do lado europeu.

O acordo permitiria à UE exportar com mais facilidade seus automóveis, máquinas e produtos farmacêuticos. Em contrapartida, o bloco sul-americano poderia vender carne, açúcar, arroz, mel e soja.

O agravamento das tensões comerciais com a China e o retorno de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos levam a UE a buscar uma aproximação do maior número possível de aliados.

Macron se opõe ao acordo

O presidente francês, Emmanuel Macron, voltou a dizer à representante da UE nesta quinta-feira que o projeto de acordo comercial entre a União Europeia e os países do Mercosul era “inaceitável do jeito que está”, de acordo com uma nota divulgada pelo Palácio do Eliseu.

“Continuaremos a defender incansavelmente nossa soberania agrícola“, acrescentou a presidência francesa em uma mensagem publicada no X. O acordo tem forte oposição do setor agrícola na França.

A França conseguiu obter o apoio da Polônia em sua oposição ao acordo e poderia contar com a Itália, mas ainda não está claro se uma frente de poucos países conseguirá impedir que a Comissão Europeia decida finalizar as negociações.

Na quarta-feira, o porta-voz da Comissão para Assuntos Comerciais do bloco, Olof Gill, admitiu que o processo de ratificação de todo o acordo do lado europeu ainda não havia sido definido.

“Claro, qualquer acordo comercial deve ser ratificado, mas existem diferentes opções quanto ao tipo de processo de ratificação. Existem precedentes de diferentes tipos de acordos”, disse.

Redação com RFI

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